Ben-Gvir ataca Netanyahu por não retomar ‘guerra em grande escala’ na Faixa de Gaza
Após reaplicação do cessar-fogo, ministro da Segurança Nacional de Israel disse que governo do primeiro-ministro 'não tem direito de existir' se não sustentar objetivo de destruir o Hamas
O ministro da Segurança Nacional israelense de extrema direita, Itamar Ben-Gvir, atacou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por não retornar completamente ao que chamou de “guerra em grande escala” na Faixa de Gaza. A crítica foi feita após a decisão israelense de violar e logo reaplicar unilateralmente o cessar-fogo no território palestino. No dia anterior, o premiê aprovou a execução de bombardeios intensos que deixaram pelo menos 100 palestinos mortos e centenas de feridos.
Sem provas, o ministro declarou que “mais uma vez, o Hamas assassina um de nossos soldados durante um ‘cessar-fogo’ e, mais uma vez, o primeiro-ministro opta por concluir o incidente com uma ‘resposta medida’ e um retorno imediato ao cessar-fogo, enquanto continua a permitir a entrada de ajuda ‘humanitária’, em vez de retornar à guerra em grande escala e se esforçar para alcançar rapidamente o objetivo principal: a destruição do Hamas”. A posição foi publicada na plataforma X nesta quarta-feira (29/10).
שוב חמאס רוצח לנו חייל תוך כדי “הפסקת האש”, ושוב ראש הממשלה בוחר לסיים את האירוע בקונספציית ה”תגובה המדודה” וחזרה מיידית להפסקת האש, תוך המשך הכנסת סיוע “הומניטרי”, במקום לחזור למלחמה על מלא, ולחתור להשיג במהירות את מטרתה המרכזית: השמדת החמאס.
אני מזכיר לראש הממשלה את התחייבותו…
— איתמר בן גביר (@itamarbengvir) October 29, 2025
Ben-Gvir também alertou que, se Netanyahu abandonar o objetivo de desmantelar o Hamas, “o governo não terá o direito de existir”, uma ameaça que também foi apresentada antes da votação para a aprovação do acordo que vigora. Em 9 de outubro, o político de extrema direita enfatizou que seu partido Otzma Yehudit “derrubaria o governo” caso o plano de paz norte-americano fosse implementado sob as condições que previam naquela ocasião. A ameaça da sigla de Ben Gvur configura uma ameaça a Netanyahu, pois corre risco de perder maioria parlamentar no Parlamento do Knesset.
Durante a noite de terça-feira (28/10), ao menos 100 palestinos foram mortos, incluindo 35 crianças, e mais de 200 ficaram feridos em uma série de ataques aéreos israelenses na Faixa de Gaza, marcando o dia mais letal desde a implementação do acordo de cessar-fogo, em 10 de outubro. De acordo com as equipes da Defesa Civil de Gaza, os ataques atingiram as regiões norte e sul de Gaza.
Após os ataques letais no enclave, o Exército de Israel anunciou que “retomou a aplicação do cessar-fogo”. A decisão de ordenar os bombardeios ocorreu após relatos de um confronto entre combatentes palestinos, inicialmente associados ao Hamas, e tropas israelenses no extremo sul, em Rafah. O governo israelenses emitiu uma nota afirmando que o primeiro-ministro Netanyahu havia instruído as tropas “a realizar imediatamente ataques poderosos na Faixa de Gaza”.
O Hamas, por sua vez, negou envolvimento com o tiroteio e reforçou compromisso com o cessar-fogo. Segundo o movimento, “o ataque criminoso do exército de ocupação em várias áreas de Gaza constitui uma grave violação do acordo de cessar-fogo assinado em Sharm el-Sheikh sob os auspícios do presidente dos EUA, Trump […] O ataque é uma continuação de uma série de violações nos últimos dias”.
O grupo pediu aos mediadores do cessar-fogo “que tomem medidas imediatas para pressionar” Israel a interromper seu ataque e “obrigá-lo a cumprir” todas as disposições do acordo.























