Sábado, 6 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

Segundo comunicado da Flotilha Global Sumud (GFS), o ativista brasileiro Thiago Ávila, sequestrado pelas forças israelenses na última quarta-feira (02/10), declarou que não irá mais beber água até que sejam entregues medicações essenciais negadas aos participantes da missão humanitária.

Ávila e os integrantes brasileiros João Aguiar, Ariadne Telles e Bruno Gilca estão em greve de fome no cárcere israelense. Durante as audiências para a deportação, com a presença dos advogados da organização Adalah, que atende os ativistas, eles denunciaram privação de tratamento médico essencial e de medicamentos.

Até agora, o único integrante da delegação brasileira deportado é o o argentino, residente no Brasil, Nicolas Calabrese. Em vídeo, ao chegar à Itália, ele pediu a imediata soltura de seus companheiros e o rompimento dos governos com o Estado de israel.

13 integrantes brasileiros ainda permanecem na Prisão de Ktzi’ot, são eles: Thiago Ávila, Bruno Gilga, Lisiane Proença, Magno Costa, Vereadora Mariana Conti, Ariadne Telles, Mansur Peixoto, Gabriele Tolotti, Mohamad El Kadri, Lucas Gusmão, Deputada Luizianne Lins, João Aguiar, e Miguel Castro.

Ávila entra em greve de sede após soldados israelenses negarem medicamentos a ativistas
Arquivo pessoal

Maus tratos

Advogados da Adalah denunciaram graves abusos sofridos pelos participantes da Flotilha Global Sumud. As provisões de comida e água foram extremamente inadequadas, com alguns participantes relatando não ter recebido nenhum alimento. Os ativistas encontram-se em celas superlotadas, e alguns foram forçados a dormir no chão, em condições duras e insalubres.

Segundo o comunicado da Flotilha, eles relataram ter sido interrogados por pessoas não identificadas, além de maus-tratos e abusos por parte dos guardas prisionais, incluindo violência física, com pelo menos um participante sofrendo ferimentos nas mãos.

Há relatos de uma mulher forçada a remover seu hijab e usar apenas uma camisa como substituição e restrições à prática de orações. Os maus-tratos se somam a “severas restrições ao acesso à assessoria jurídica” e privação completa de contato telefônico com familiares.

Até o momento, 87 participantes não foram atendidos pelos advogados da Adalah que permanecem na prisão realizando visitas. Foi confirmado mais um voo de deportação, para a cidade de Madrid, com número ainda impreciso de ativistas.