Sábado, 6 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

O porta-voz do Ministério das Relações Internacionais da África do Sul, Chrispin Phiri, cobrou a Corte Internacional de Justiça (CIJ) sobre a ação apresentada pelo país contra o genocídio cometido pelo Estado de Israel ao povo palestino em Gaza em entrevista à emissora russa RT nesta quinta-feira (17/07).

Phiri classificou a situação como “inquestionavelmente um genocídio”, citando a gravidade da crise humanitária e a inércia da comunidade internacional.

Em dezembro de 2023, a África do Sul moveu uma ação contra Israel na CIJ, principal órgão judicial das Nações Unidas, que até agora não estabeleceu uma data para o julgamento do mérito. Na petição, o país africano acusa Israel de cometer genocídio e de violar a Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio.

Quando a CIJ emitir sua decisão final, “pode não haver Gaza para falar”, afirmou Phiri, ao defender uma ação imediata para deter o genocídio e ações para garantir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Ele também advertiu que sem a aplicação das decisões da CIJ e das resoluções das Nações Unidas, a ordem jurídica global corre sério risco de colapso.

Na última segunda-feira (14/07), o Brasil aderiu à ação que corre na CIJ ao lado da África do Sul, Colômbia, Líbia, Palestina, México, Espanha, Turquia, Chile, Maldivas, Bolívia, Irlanda, Cuba e Belize.

Phiri alerta que ‘pode não haver Gaza’ quando corte finalmente emitir sua decisão
Paulo Pinto/Agência Brasil

Grupo de Haia

Phiri concedeu a entrevista à RT de Bogotá, em meio ao anúncio de seis medidas estipuladas pelos países que participaram da reunião do Grupo de Haia, na capital colombiana.

Delegações de 30 países participaram do encontro voltado à busca de medidas econômicas, diplomáticas e políticas contra a ocupação e os ataques de Israel no território palestino.

Questionado pela RT sobre a participação de países ocidentais como Espanha, Irlanda e Noruega, Phiri disse que a presença dessas nações representa “um esforço e compromisso conjuntos”. Mas alertou: “o direito internacional é tão bom quanto os Estados que são capazes de implementá-lo”.