Austrália anuncia reconhecimento do Estado palestino
Primeiro-ministro anunciou que medida será adotada na Assembleia Geral da ONU em setembro
A Austrália irá reconhecer o Estado da Palestina durante a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro, confirmou nesta segunda-feira (11/08) o primeiro-ministro do país, Anthony Albanese, após anúncio semelhante da França, Reino Unido e Canadá.
“A Austrália reconhecerá o direito do povo palestino a um Estado próprio sob a condição de o Hamas não ter nenhum papel no futuro governo”, declarou o mandatário. A desmilitarização em Gaza e a realização de eleições democráticas pela Autoridade Nacional Palestina são outras condições do governo australiano.
Statement on the recognition of the State of Palestine. pic.twitter.com/Mg0Ec8buo1
— Anthony Albanese (@AlboMP) August 11, 2025
“Até que haja um Estado israelense e um palestino, a paz só poderá ser temporária”, afirmou Albanese, comentando sobre as “décadas de fracassos” perante as tentativas passadas de reconhecer o Estado palestino.
O mandatário defendeu que a solução de dois Estados é a “melhor esperança para a humanidade romper o ciclo de violência no Oriente Médio e colocar um fim ao conflito, ao sofrimento e à fome na Faixa de Gaza”.
O governo australiano também se comprometeu, junto à comunidade internacional, a tornar o direito ao próprio Estado “uma realidade” para os palestinos.
Albanese ainda falou ssobre uma “longa” e “civilizada” conversa com seu homólogo israelense, Benjamin Netanyahu, sobre a ofensiva militar no enclave palestino.

Austrália sinalizou intenção de reconhecer Estado palestino em 4 de agosto, quando classificou medida como pré-condição para paz
Anthony Albanese/X
“Para mim está claro que é necessária uma solução pacífica e não militar. Já disse isso publicamente e reforcei ao primeiro-ministro Netanyahu”, declarou ao denunciar que o governo israelense “continua violando o direito internacional e a negar ajuda suficiente, comida e água a pessoas desesperadas, incluindo crianças”.
Contexto
A conversa entre Albanese e Netanyahu ocorreu após a histórica marcha pró-Palestina na Ponte da Baía de Sydney, no início de agosto, que reuniu cerca de 100 mil pessoas em protesto contra a fome e a violência em Gaza.
Após o ato, o governo australiano sinalizou a intenção de reconhecer o Estado palestino na ONU em 4 de agosto, quando classificou a medida como uma pré-condição necessária para a paz.
Na ocasião, Albanese afirmou que uma possível retaliação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aliado de Netanyahu, não impediria os avanços da Austrália em direção ao reconhecimento dos direitos palestinos.
“Somos uma nação soberana. A Austrália toma suas decisões como uma nação soberana”, defendeu.
Na semana anterior, Trump havia intensificado sua guerra comercial elevando a tarifa sobre produtos canadenses de 25% para 35% e afirmando que o reconhecimento da Palestina dificultaria qualquer acordo comercial.
O anúncio australiano também levou em consideração a proposta de Netanyahu de ocupar a Faixa de Gaza. A ministra das Relações Exteriores da Austrália, Penny Wong, pediu a desistência da proposta, alertando que a medida poderia piorar a situação humanitária no enclave e constituir uma violação do direito internacional.
(*) Com Ansa e informações de Al Mayadeen























