Ativistas palestinos realizam greve de fome em combate ao 'caça-bruxas' do governo britânico
Porta-voz de organização Prisoners for Palestine afirma que detenções são parte de 'perseguição orquestrada'; Administração de Starmer classificou ativismo favorável a Gaza como 'terrorismo'
Dois ativistas palestinos presos iniciaram uma série de greves de fome rotativas em meio a uma “caça às bruxas orquestrada pelo governo britânico”. Qesser Zuhrah, de 20 anos, e Amu Gib, de 30, recusaram comida na prisão de Bronzefield no domingo (02/11), que marca o 108º aniversário da Declaração Balfour, que concedeu aos judeus o direito de estabelecer um lar nacional na Palestina. Eles estão entre as 33 pessoas detidas preventivamente por ativismo relacionado a Gaza e recebem apoio da organização Prisioneiros pela Palestina.
Segundo o jornal de Londres, The MorningStar, Zuhrah é membro do grupo Filton 24, acusado de envolvimento na operação da Palestine Action contra instalações da Elbit Systems em Filton, Bristol, em 6 de agosto de 2024. Já Gib está entre as cinco pessoas acusadas de invadir a base aérea da RAF em Brize Norton e causar danos no valor de £7 milhões a três aeronaves militares. Ele está sob custódia desde 3 de julho.
“Durante 15 meses, nós, que estamos presos por causa da Palestina, testamos este ‘sistema de justiça’ e, durante 15 meses, vimos a Elbit Systems, a entidade sionista, e o nosso governo abusarem da justiça e prolongarem a nossa prisão, exigindo que abandonássemos a nossa causa em troca da nossa liberdade”, declarou ao jornal britânico.
Gib disse ao MorningStar que está em greve de fome porque “ainda tenho o dever de lutar pela liberdade da opressão“. “Como podemos ficar na prisão, esperando até que a corda aperte nossos pescoços por nos opormos ao genocídio?”
A porta-voz da organização Prisoners for Palestine, Francesca Nadin, afirmou: “A prisão desnecessária de ativistas palestinos é claramente parte de uma caça às bruxas orquestrada pelo governo britânico. Diante desse abuso de poder estatal, os prisioneiros não têm outra escolha senão lutar da única maneira que podem e entrar em greve pela sua liberdade”.
Em 4 de julho, o Reino Unido classificou o Palestine Action como um “grupo terrorista” após um incidente em que membros solidários à causa palestina atacaram a base da Força Aérea Britânica (RAF, na sigla em inglês) e picharam dois aviões que, segundo eles, foram “usados para operações militares em Gaza e em todo o Oriente Médio”. Além disso, os militantes bloquearam a entrada da sede da empresa de defesa israelense Elbit Systems em Bristol, no sudoeste da Inglaterra.
Devido a classificação, em 9 de agosto, mais de 450 pessoas foram presas durante protesto na praça do Parlamento britânico, em Londres, a favor do grupo pró-Palestina que foi banido pelo governo trabalhista do Reino Unido.























