Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Ao menos 100 palestinos foram mortos, incluindo 35 crianças, em uma série de ataques aéreos israelenses durante a noite desta terça-feira (28/10) na Faixa de Gaza. Foi o dia mais letal desde o início do cessar-fogo, em 10 de outubro.

Após os bombardeios, o Exército de Israel anunciou que “retomou a aplicação do cessar-fogo”. Equipes de defesa civil de Gaza afirmaram que mais de 200 pessoas ficaram feridas nos ataques que atingiram o norte e o sul da Faixa de Gaza. As forças israelenses também prendem dezenas de pessoas na Cisjordânia.

A decisão de ordenar os bombardeios ocorreu após relatos de um confronto entre combatentes palestinos e tropas israelenses no extremo sul, em Rafah. O governo israelenses emitiu uma nota afirmando que o primeiro-ministro Netanyahu havia instruído o escalão militar “a realizar imediatamente ataques poderosos na Faixa de Gaza”.

O porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmoud Bassal, classificou a situação como “catastrófica e aterrorizante”, afirma a Al Jazeera. Ele relatou que “os ataques israelenses atingiram tendas de deslocados, residências e a área próxima a um hospital”. Disse também que o bombardeio constitui “uma violação clara e flagrante do acordo de cessar-fogo”.

Ataques israelenses matam mais de 100 pessoas em Gaza
Agência Wafa

Hamas

O Hamas negou qualquer envolvimento no confronto com os soldados israelenses em Rafah e disse que continua comprometido com o acordo, acusando a violação da trégua por Israel. O grupo suspendeu a entrega dos restos mortais de mais um refém que estava programada para esta terça (28/10).

Em comunicado, a organização alertou que qualquer escalada israelense “dificultará as operações de busca, escavação e recuperação dos corpos, o que levará a um atraso na recuperação dos corpos” dos 13 cativos restantes em Gaza.

“Israel deve perceber que estamos comprometidos com o acordo e deve parar de nos acusar falsamente de violá-lo”, disse Suhail al-Hindi, membro do escritório político do Hamas em Gaza à Al Jazeera. Ele contou que o grupo enfrenta “dificuldades significativas” durante a recuperação dos corpos dos prisioneiros israelenses.

“Fizemos todos os esforços possíveis para recuperar os corpos, e a ocupação [israelense] tem total responsabilidade por qualquer atraso na recuperação dos corpos restantes”, acrescentou.

Estados Unidos

A bordo do Air Force One, informa a agência catari, o presidente dos EUA, Donald Trump também comentou o ataque. “Pelo que entendi, eles mataram um soldado israelense. Então os israelenses revidaram e devem revidar. Quando isso acontecer, eles devem revidar”, acrescentou.

“Ninguém sabe o que aconteceu com o soldado israelense, mas eles dizem que foi um tiro de franco-atirador. E foi uma retribuição por isso, e acho que eles têm o direito de fazer isso”, acrescentou.

Trump afirmou que “nada vai comprometer” o cessar-fogo. “Você tem que entender que o Hamas é uma parte muito pequena da paz no Oriente Médio, e eles têm que se comportar. Se eles (Hamas) forem bons, ficarão felizes e se não forem bons, suas vidas serão encerradas”, afirmou.

Antes deste episódio, o gabinete de imprensa de Gaza já registrava 80 violações israelenses desde o início do acordo, com 97 palestinos mortos e 230 feridos.