Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Pelo menos 27 palestinos morreram nas últimas 24 horas em Gaza em decorrência de ataques israelenses e da crise de fome no território, de acordo com fontes médicas e autoridades locais. Apenas na manhã desta segunda-feira (04/08), bombardeios e tiroteios mataram 21 pessoas. Outras seis morreram de inanição, elevando o número de vítimas pelo uso da fome, um crime de guerra, para 181. Entre elas, 94 eram crianças e bebês.

Os ataques aéreos e terrestres atingiram várias regiões da Faixa de Gaza: sete vítimas buscavam ajuda humanitária e outras 20  pessoas ficaram feridas após soldados israelenses abrirem fogo nas proximidades de um centro do GHF na região central. No bairro de al-Shakoush, localizado nos arredores de Rafah, duas pessoas, incluindo uma mulher, foram atacadas e mais de 20 ficaram feridas nas proximidades de outro ponto de distribuição do GHF.

As demais mortes aconteceram devido ataques aéreos em uma residência em Deir el-Balah, outro na região de Beit Lahiya no norte e em diferentes áreas do bairro de Shujayea, a leste de Gaza.

Moradores e serviços de emergência alertaram que drones suicidas têm atingindo civis nas proximidades dos centros de ajuda do GHF, especialmente em Rafah e áreas centrais. Tareq Abu Azzoum, correspondente da Al Jazeera, em Deir el-Balah, relatou que os civis atingidos estavam visivelmente desnutridos, mentalmente exaustos e em busca desesperada de alimentos.

Pelo menos 27 palestinos morreram nas últimas 24 horas em decorrência dos ataques israelenses e fome no território
Ashraf Amra / UNRWA

Cobrança ao Conselho de Segurança

Nesta segunda-feira (04/08), o Ministério das Relações Exteriores e Expatriados do Estado da Palestina
divulgou um comunicado na plataforma X, pedindo ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que “assuma as suas responsabilidades” e imponha imediatamente um cessar-fogo aos “crimes de genocídio, deslocamento e anexação contra o povo palestino“.

O Ministério pede uma visita oficial à região, vista como essencial para “quebrar o cerco israelense”. O texto destaca que atrasos na aplicação de um cessar-fogo servem apenas aos “planos de deslocamento forçado” e reitera que mais de dois milhões de palestinos vivem “um círculo vicioso de morte, fome, sede e privação de medicamentos, tratamento e de todos os direitos humanos básicos, à luz do prolongamento deliberado da guerra para servir a diversas agendas e interesses políticos.”

O comunicado também exige a adoção dos resultados da Conferência das Nações Unidas para a Resolução da Questão Palestina e a implementação da solução de dois Estados. Menciona, ainda, o prolongamento deliberado da guerra “a serviço de várias agendas e interesses políticos” dos países-membros do Conselho de Segurança.