Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução que exige cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, simbolizando uma repreensão a Washington – o único que, na semana passada, bloqueou um texto com o mesmo apelo, apresentado no Conselho de Segurança do órgão internacional.

A maioria das nações participantes votou a favor do texto na sessão especial de emergência organizada para esta terça-feira (12/12). 153 votaram à favor, enquanto 10 votaram contra (incluindo, novamente, Estados Unidos e Israel) e 23 se abstiveram.

O governo israelense mais uma vez reforçou que não tem a intenção de atender à decisão democrática do órgão. “Esse é um texto hipócrita”, afirmou Gilad Erdan, embaixador de Israel na ONU, ao acusar que o texto não repreende o Hamas.

Além de um apelo para cessar-fogo contra os ataques de Israel à Gaza, a breve resolução também aborda pautas como o cumprimento do direito internacional pelas nações em conflito, acesso humanitário aos palestinos e a libertação “imediata e incondicional” de todas as vítimas no território. O documento apresentado denota uma linguagem mais forte do que o da votação realizada em outubro, que sugeria uma “trégua humanitária sustentada”.

Apesar do resultado da votação e do peso político que a Assembleia Geral carrega, o documento não é capaz de impedir os ataques de Israel uma vez que ele não é uma ferramenta vinculativa, ao contrário de uma resolução do Conselho de Segurança.

Resolução apoiada por maioria avassaladora carrega texto semelhante ao apresentado no Conselho de Segurança mas rejeitado pelo único voto contrário dos Estados Unidos, que deu aval à continuidade dos ataques israelenses

Twitter/United Nations

Com 153 votos à favor, 23 abstenções e 10 contrários, Assembleia Geral da ONU aprova resolução que pede cessar-fogo à Gaza

A votação ocorre com mais de dois meses de guerra entre Israel e o povo palestino. A situação na Faixa de Gaza se mostra cada vez mais grave com a nova fase da operação militar israelense que tem sido intensa tanto no sul quanto no norte do território. Médicos e equipes humanitárias alertam constantemente sobre o cenário devastado e precário de Gaza, que conta com mais de 18 mil mortos desde o início do agravamento da guerra entre as nações, em 7 de outubro. 

Por outro lado, Israel insiste que não interromperá a sua campanha militar até “eliminar o Hamas integralmente. No entanto, ações das autoridades de Tel Aviv têm sido frequentemente condenadas pela comunidade internacional, que considera a situação deixada em Gaza como um “crime humanitário”.

“Estamos num ponto de ruptura”, disse o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, na semana passada, com a resolução vetada pelos Estados Unidos, no Conselho de Segurança. “Existe um alto risco de colapso do sistema de apoio humanitário em Gaza, o que teria consequências devastadoras.”

Israel é diretamente apoiado pelas autoridades norte-americanas e, desde 7 de outubro, sempre tem sido contrário aos apelos de cessar-fogo, embora já tenha concordado com uma trégua de sete dias para a libertação dos reféns detidos em Gaza.