Após protestos contra vínculos com Israel, Microsoft demite dois funcionários
Azure, plataforma em nuvem, passou a ser investigada depois uma reportagem do The Guardian revelar que as forças de ocupação israelenses utilizam contra os palestinos
Dois funcionários da Microsoft foram demitidos após participarem de um protesto no escritório do presidente da empresa, em manifestação contra os vínculos comerciais com Israel. Segundo o jornal libanês Al Mayadeen, um porta-voz da empresa justificou as demissões como “graves violações das políticas da empresa e do nosso código de conduta”, após o que foi descrito como “invasão aos escritórios executivos”.
De acordo com uma declaração do grupo ativista No Azure for Apartheid, Anna Hattle e Riki Fameli souberam de sua demissão por meio de mensagens de voz da empresa.
O Azure, a principal plataforma em nuvem da Microsoft, passou a ser investigada após uma reportagem do site britânico The Guardian revelar que as forças de ocupação israelenses (IOF) utilizaram para armazenar dados de chamadas telefônicas coletados durante a vigilância e o genocídio de palestinos em Gaza e na Cisjordânia ocupada. A Microsoft alegou que está revisando a reportagem.
Os dois funcionários demitidos estavam entre os sete indivíduos presos na terça-feira (26/08) na sede da empresa, após realizarem uma manifestação solicitando que a gigante tecnológica cortasse seus vínculos com o governo sionista.
“Estamos aqui porque a Microsoft continua a fornecer a Israel as ferramentas de que necessita para cometer genocídio, ao mesmo tempo que manipula e desorienta seus próprios funcionários sobre essa realidade”, disse Hattle em um comunicado.
Esta não é a primeira manifestação de funcionários da empresa tecnológica sobre seu envolvimento com Israel. Na semana passada, 18 pessoas foram presas durante um protesto na praça da sede da empresa. Em maio deste ano, um funcionário foi demitido por interromper o discurso do CEO Satya Nadella, ao mesmo tempo que outros dois foram demitidos em abril por atrapalharem a comemoração do 50º aniversário da empresa.

Microsoft enfrenta reações negativas após demitir funcionários que protestaram contra seu apoio ao genocídio israelense na Palestina ocupada por meio de seus serviços de nuvem
@NoAz4Apartheid / x
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Os últimos protestos foram motivados por uma investigação da revista +972 e da Local Call, que revelou que a Unidade 8200 de Israel usa o Azure da Microsoft para armazenar um grande número de chamadas telefônicas palestinas gravadas. A Microsoft alegou não ter conhecimento da “vigilância de civis ou da coleta de suas conversas telefônicas por meio dos serviços da Microsoft”.
Os ativistas intensificaram seus protestos devido ao que consideravam uma ação inadequada da empresa.
“Vocês continuam tentando enterrar a cabeça na areia, por isso estamos aqui hoje, do lado de fora de seus tronos encharcados de sangue, para continuar puxando seus pescoços assassinos de bebês para fora de seus buracos de areia e continuar a forçá-los a confrontar sua cumplicidade, até que parem de dar poder ao assassinato de nosso povo”, declarou Ibitihal Aboussad, um dos manifestantes na terça-feira.
De acordo com uma reportagem da Bloomberg, a gigante de tecnologia não só solicitou ajuda ao FBI para rastrear os protestos, como também trabalhou com as autoridades locais para detê-los.























