Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, sugeriu nesta quarta-feira (18/10) que o regime de Israel seja sancionado após os ataques ao centro Médico de Al-Ahli, no norte de Gaza, deixando mais de 500 vítimas

“Depois do terrível crime do regime sionista no bombardeamento e massacre de mais de mil mulheres e crianças inocentes no hospital Al-Ahli chegou a hora da comunidade global agir contra este falso regime e sua máquina de matar, que são mais odiados que o Estado Islâmico (ISIS). O tempo acabou”, instou o chanceler por meio das redes sociais. 

A exigência de Amirabdollahian foi repetida em um encontro à margem da reunião do Comitê Executivo da Organização de Cooperação Islâmica (OIC) em Jeddah, na Arábia Saudita, com seu homólogo do Kuwait , Xeique Salem Abdullah Al-Jaber Al-Sabah. 

Na ocasião, o ministro das Relações Exteriores do Irã criticou “a atrocidade perpetrada pelos sionistas em um ataque criminoso” ao hospital em Gaza, classificando o ato como “um crime de guerra e genocídio”. 

Lembrando o ultimato que as Forças de Defesa Israelenses deram à população civil de Gaza na última sexta-feira (13/10), em deixar o território diante da iminente invasão do exército por terra, Amirabdollahian disse que “a tentativa dos sionistas de deslocar os habitantes de Gaza é uma ação perigosa e viola as leis e regulamentos internacionais estabelecidos”. 

“Se os crimes de guerra e o genocídio em curso não cessarem pelo regime sionista, a situação em Gaza será ainda pior. A resistência na região toma decisões de forma independente e ninguém pode garantir que o status quo não mudará”, alertou o ministro. 

De acordo com o jornal catari Al Jazeera, a sugestão de embargo de Amirabdollahian, em um comunicado no site do Ministério das Relações Exteriores do Irã, ainda envolveria um plano específico sobre petróleo e a expulsão de todos os embaixadores israelitas dos países membros da OCI. No entanto, o documento mencionado não está disponível em nenhuma plataforma da pasta. 

Chanceler iraniano sugeriu que países árabes imponham embargo petrolífero contra Tel Aviv por ataques a hospital que deixaram mais de 500 mortos

Wikicommons

Exigência de Amirabdollahian foi repetida em um encontro à margem da reunião do Comitê Executivo da Organização de Cooperação Islâmica (OIC)

OCI condena crimes de Israel, mas sem sanções

Os países membros da OCI reuniram-se nesta quarta-feira (18/10) para uma reunião extraordinária emergencial em Jeddah para tratar da situação em Gaza. Apesar das sugestões de embargo a Israel feitas pelo Irã, a declaração final do encontro não menciona sanções ao governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. 

O Secretário-Geral da organização, Hissein Brahim Taha, agradeceu o apoio de todos os países ao povo palestina e condenou “com veemência o terrível massacre cometido por Israel por meio da ocupação da Palestina com o bombardeio do hospital”. 

Taha ainda expressou “total solidariedade com povo palestino e apoio à sua luta legítima para alcançar seu direito à autodeterminação e estabelecer seu Estado independente e soberano”, pedindo também  pela instalação de corredores humanitários. 

O secretário ainda reconhece que a atual agressão israelense à Gaza é consequência da “impunidade e evasão da responsabilidade Israel por suas políticas de assentamento colonial forçado”.

E apesar de considerar o ataque um “crime de guerra inconsistente com todos os valores humanos” e um “ato de terrorismo que exige responsabilização e punição”, Taha não faz menção concreta a nenhum tipo de embargo.