Apesar de cessar-fogo, soldados israelenses continuam ataques contra civis em Gaza
Ministério da Saúde local registra ações esporádicas contra população, incluindo espancamento até a morte de palestino de 57 anos na Jerusalém ocupada
Apesar do cessar-fogo em Gaza, os soldados israelenses continuam promovendo ataques esporádicos contra civis palestinos, alerta o Ministério da Saúde local. Segundo relatos da agência catari Al Jazeera e da estatal Wafa, os ataques estão ocorrendo em várias regiões da Faixa de Gaza.
Nesta terça-feira (14/10), pelo menos nove palestinos foram mortos. Na Cidade de Gaza, uma fonte médica do Hospital al-Ahli, relatou à agência catari a morte de dois palestinos em um ataque israelense no bairro de Shujayea.
Tanques israelenses também dispararam contra palestinos na cidade de Bani Suheila e no bairro de Sheikh Nasser, a leste de Khan Younis. No sul de Gaza, as forças israelenses prenderam 15 pessoas na cidade de Nassr, a nordeste de Rafah.
Ao norte da Jerusalém ocupada, um homem de 57 anos foi morto após ser atacado por soldados israelenses na cidade de ar-Ram. Ele foi espancado até a morte, segundo a Wafa, e seu corpo entregue ao Crescente Vermelho Palestino.
Na cidade de al-Issawiya, a nordeste de Jerusalém ocupada, os soldados prenderam uma criança e sua mãe, após invadirem e saquearem a residência onde elas moravam.
Já na vila de al-Mughayyir, o chefe do conselho local, Amin Abu Aliya, relatou que soldados fecharam a entrada oeste da vila, impedindo os moradores de entrar ou sair do território.

Apesar de cessar-fogo, soldados israelenses continuam ataques contra civis em Gaza
Reprodução/ Agência Wafa
Cisjordânia ocupada
A Al Jazeera informa que as forças israelenses realizaram incursões em várias áreas da Cisjordânia ocupada nesta manhã. Os soldados invadiram casas de prisioneiros libertados após o anúncio do cessar-fogo, na segunda-feira (13/10), e ameaçaram suas famílias, impedindo-as de comemorar a libertação.
Na cidade de an-Nazla ash-Sharqiya, a noroeste de Tulkarem, bombas de gás foram lançadas contra fazendeiros e voluntários que se reuniam para uma campanha de colheita de azeitonas. A Comissão de Colonização e Resistência ao Muro informou à agência catari que o ataque fez com que várias pessoas sofressem asfixia.
A Wafa também relatou a prisão de um jovem na cidade de Tubas, após ele ser convocado para uma entrevista no campo de Salem, perto de Jenin. A informação é do diretor do Clube de Prisioneiros local, Kamal Bani Odeh.
Ajuda humanitária
Enquanto a violência continua, a população palestina aguarda a entrada de ajuda humanitária. Nesta terça-feira, o governo de Israel anunciou que cortaria pela metade a entrada dos caminhões e que manteria fechada a passagem e Rafah. A medida seria uma retaliação ao atraso do Hamas em entregar os corpos dos reféns israelenses.
Nesta manhã, no entanto, a emissora pública israelense, Kan, anunciou que o governo voltou atrás na decisão e que as entregas serão normalizadas. O diretor-geral do Gabinete de Imprensa do Governo de Gaza, Ismail al-Thawabta, pediu a Israel que abra as passagens e permita a entrada de ajuda no enclave “imediatamente”.
Ele afirmou a Al Jazeera, que “o sofrimento enfrentado pelo povo de Gaza nos últimos dois anos continuará após o fim da guerra”. E acrescentou que “a prioridade de viagem quando a passagem for reaberta será dada aos doentes e feridos. Há 250 mil toneladas de lixo na Faixa de Gaza, o que constitui um desastre ambiental. Precisamos de maquinário pesado para lidar com o lixo, pois a guerra destruiu muitas máquinas”.























