Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O chefe da seção israelense da Anistia Internacional, Daniil Brodsky, se demitiu nesta quinta-feira (05/12), após a organização global acusar, em relatório, Israel de cometer genocídio em Gaza. As informações foram noticiadas mais cedo pelo jornal britânico Guardian.

A decisão, tanto de Brodsky, quanto de outros dois membros do conselho do capítulo da instituição, segue a publicação de um relatório de 296 páginas, que descreve como as forças israelenses, sob a liderança de Israel, têm agido com impunidade, causando grandes sofrimentos à população de Gaza.

A seção israelense da Anistia, conforme o jornal The Times of Israel, não aceitou a caracterização de genocídio feita pelo relatório, mas reconheceu a ocorrência de “crimes graves” que necessitam de investigação.

“Embora a seção israelense da Anistia Internacional não aceite a acusação de genocídio, com base nas informações que temos, estamos preocupados que crimes graves estão ocorrendo em Gaza, os quais devem ser investigados”, afirmaram em uma nota oficial.

A postura contrastou com o conteúdo do relatório, que aponta a prática de atos de genocídio, inclusive a destruição sistemática das condições de vida da população palestina.

Realidade enfrentada pelos palestinos em Gaza é marcada pela escalada da violência das forças israelenses, resultando em milhares de mortos, principalmente civis <br / > IDF/X

Realidade enfrentada pelos palestinos em Gaza é marcada pela escalada da violência das forças israelenses, resultando em milhares de mortos, principalmente civis
IDF/X

A alegação de genocídio também foi rejeitada por Israel, que considerou o relatório “totalmente falso e baseado em mentiras”. A realidade enfrentada pelos palestinos em Gaza continua sendo marcada pela escalada da violência, com as forças israelenses lançando ataques aéreos contínuos, resultando em milhares de mortos, principalmente civis.

Divulgação campanha bandeira Opera Mundi

Mais sobre o relatório da Anistia Internacional

O documento, intitulado “Você se sente como se fosse subumano: o genocídio de Israel contra os palestinos em Gaza” (You Feel Like You Are Subhuman: Israel’s Genocide Against Palestinians in Gaza), é o resultado de meses de investigações, que incluiu entrevistas com testemunhas, análise de evidências visuais e digitais, como imagens de satélite, além de declarações feitas por altos oficiais israelenses do governo e militares.

O relatório acusa as forças israelenses de cometerem pelo menos três dos cinco atos proibidos pela Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio de 1948, incluindo assassinatos indiscriminados de civis, causar danos físicos e psicológicos graves, e “impor deliberadamente aos palestinos em Gaza condições de vida que visam sua destruição física”.