Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Autoridades em Israel e Gaza preparam-se para a libertação de reféns israelenses e prisioneiros palestinos, previsto para segunda-feira (13/10) como foi estipulado na primeira fase do acordo de cessar-fogo, que pode pôr fim a dois anos de guerra no território palestino.

O porta-voz do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), Osama Hamdan, confirmou à AFP no sábado (11/10): “De acordo com o documento assinado, a troca de prisioneiros está programada para começar na manhã de segunda-feira, conforme previamente acordado”. A declaração reforça outras manifestações da resistência palestina sobre sua determinação em cumprir o acordo com Israel, apesar do histórico de violações pela entidade sionista.

Conforme o pacto assinado, o Hamas deve libertar os 48 reféns israelenses restantes na Faixa de Gaza – dos quais se acredita que 20 ainda estejam vivos. Além disso, para cada israelense cujos restos mortais forem entregues, Israel libertará os corpos de 15 palestinos falecidos.

Após a libertação de todos os detidos no prazo de 72 horas, Tel Aviv será obrigada a soltar 250 prisioneiros palestinos condenados à prisão perpétua, bem como 1.700 residentes de Gaza detidos após 7 de outubro de 2023, incluindo todas as mulheres e crianças mantidas em cárceres israelenses sob “detenção administrativa”.

As tropas de ocupação israelenses terão de recuar para uma nova “linha de defesa”, o que não significa a renúncia ao controle do enclave palestino, uma vez que manterão 53% do território. Ademais, o governo do primeiro-ministro Netanyahu deverá autorizar a entrada de 400 caminhões de ajuda humanitária em Gaza diariamente durante os primeiros cinco dias, volume que aumentará nas fases subsequentes da trégua.

O Hamas afirmou neste domingo (12/10) que mantém esforços de comunicação com diversos países amigos para assegurar a entrada de assistência humanitária na Faixa e para “garantir o cumprimento, por parte da ocupação, de todas as disposições do acordo, de modo a assegurar a recuperação, a reconstrução e o retorno a uma vida digna para todo o nosso grande povo palestino”.

Pessoas deslocadas retornam à área do túnel depois que as forças de ocupação israelenses se retiraram e destruíram Gaza

Pessoas deslocadas retornam à área do túnel depois que as forças de ocupação israelenses se retiraram e destruíram Gaza
WAFA

“Estamos determinados a concluir a implementação da primeira fase do acordo”, reiterou o grupo de resistência.

Em comunicado divulgado no sábado (11), informaram estar “trabalhando com mediadores para localizar os corpos de prisioneiros da ocupação na Faixa de Gaza”. Afirmaram, ainda, que prosseguem com suas iniciativas junto aos mediadores “em relação ao caso dos prisioneiros, em um esforço para alcançar um avanço”.

Famílias na Cisjordânia ocupada também se preparam para receber seus entes queridos que serão libertados das prisões sionistas. As autoridades israelenses orientaram as famílias a não se manifestarem durante as celebrações e as alertaram para limitar o contato com a mídia.

Cerca de metade dos 250 presos será libertada em Gaza ou exilada em países vizinhos, enquanto a outra metade será solta na Cisjordânia ou em Jerusalém Oriental.

Primeira fase do cessar-fogo

A troca de reféns por detidos é a etapa inicial do plano de 20 pontos de Trump para encerrar a guerra em Gaza. Um cessar-fogo vigora desde a tarde de sexta-feira, mas a maioria dos detalhes da proposta de Trump ainda precisa ser negociada antes que um fim definitivo para o conflito seja estabelecido.

Os palestinos anseiam pela extensão da trégua até o término permanente da guerra, após dois anos de uma campanha sionista que destruiu a maior parte da Faixa de Gaza, matou mais de 67.000 palestinos e feriu aproximadamente 170.000. Israel é acusado de cometer genocídio em Gaza por uma comissão de inquérito da ONU e por várias organizações de direitos humanos.

Nas primeiras horas do cessar-fogo, os corpos recuperados foram distribuídos entre hospitais da região: 43 foram levados para o Hospital Al-Shifa; 60 para o Hospital Batista Al-Ahli, na Cidade de Gaza; quatro para o Hospital Al-Awda, em Nuseirat; 16 para o Hospital dos Mártires Al-Aqsa, em Deir al-Balah; e 32 para o Hospital Nasser, em Khan Younis.