Acadêmicos fazem greve de fome e pressionam Sheinbaum a romper relações com Israel
Professores das três maiores universidades da capital mexicana defendem medida em solidariedade ao povo palestino massacrado em Gaza
Um grupo de professores e professoras universitárias mexicanas iniciou neste domingo (25/05) uma greve de fome em solidariedade ao povo palestino, que vem sendo vítima de um genocídio cometido desde 7 de outubro de 2025 pelas forças invasoras de Israel na Faixa de Gaza.
A iniciativa tem, como principal objetivo, convencer a presidenta do México, Claudia Sheinbaum, a decidir pelo rompimento das relações diplomáticas e comerciais entre a Cidade do México e Tel Aviv.
Em um comunicado difundido logo após o início do jejum, o grupo de professores justificou a medida afirmando que “na situação atual, as instituições israelenses, em todos os níveis de atuação, empregam o pensamento xenófobo e o uso de tecnologias de controle, hipervigilância e expulsão em detrimento da vida digna da população palestina. Em suma, justificam a desumanização dos palestinos e seu extermínio”.
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“Entendemos que o México é o segundo maior parceiro comercial de Israel na América Latina e que Israel é o primeiro parceiro do México no Oriente Médio. Portanto, a pressão econômica pode servir de plataforma para a moderação diante de qualquer pronunciamento mexicano. No entanto, a continuidade desses acordos nos preocupa, dadas as vantagens que Israel tem para continuar suas ações atrozes contra a população palestina”, acrescenta o documento.
Entidades envolvidas
O jejum mobilizou professores das três maiores casas se estudo da Cidade do México; a Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), a Universidade Autônoma Metropolitana (UAM) e a Universidade Autônoma da Cidade do México (UACM).
Também há entre os participantes alguns acadêmicos de universidades do interior do país e ativistas ligados a organizações de direitos humanos.
Em um princípio, a greve está prevista para durar apenas 24 horas, mas seus organizadores disseram não descartar que alguns dos participantes decidam estender seu protesto, “a depender das decisões individuais de cada um dos envolvidos”.

Professores mexicanos durante jejum realizado para pressionar governo do país a romper relações com Israel
Germán Canseco / La Jornada
Postura de Sheinbaum sobre Israel
Apesar de sua origem judia, Sheinbaum tem demonstrado desde a campanha eleitoral sua postura fortemente crítica às ações de Israel em Gaza, e também tem defendido abertamente a criação de um Estado Palestino como solução para o conflito.
A posição da mandatária mexicana é similar à demonstrada por seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que tem dado declarações fortes contra o governo de Benjamin Netanyahu desde o início da invasão militar à Faixa de Gaza.
Porém, assim como Lula, essa postura crítica ao genocídio não se traduziu em um rompimento das relações com Tel Aviv, situação que tem provocado questionamentos por parte de alguns grupos defensores dos direitos humanos.
Com informações de La Jornada e TeleSur.























