Sábado, 6 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

Matéria atualizada às 14h43 de 31/01/2024

Um novo abaixo-assinado foi lançado na quinta-feira (25/01) em solidariedade ao jornalista e fundador de Opera Mundi, Breno Altman, e ao ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e político brasileiro José Genoino. A manifestação defende que os “opositores do sionismo não podem ser considerados antissemitas”. 

Até o momento, cerca de dez mil pessoas, contando com intelectuais, professores e jornalistas, assinaram o documento que rechaça as investidas de entidades sionistas, como a Confederação Israelita do Brasil (Conib) e a ONG StandWithUs, contra Altman e Genoino.

“As críticas ao terrorismo praticado pelo governo ´[do primeiro-ministro Benjamin] Netanyahu são tachadas de antissemitas para criar confusão. Os que se opõem ao sionismo não podem ser considerados antissemitas. Os judeus e o judaísmo devem ser respeitados”, insiste a carta.

Em iniciativa conjunta, o abaixo-assinado foi encabeçado pela jornalista Cristina Serra, primeira signatária do documento, e articulado pelo professor Manuel Domingos Neto. Já o jornalista Mário Simões, responsável pela divulgação pública da carta, disse a Opera Mundi que a solidariedade a Altman e ao Genoino “ultrapassa o aspecto pessoal”, tratando-se de garantir o direito da liberdade de expressão, uma vez que as declarações contrárias ao sionismo não configuram nenhum tipo de crime. 

“Criticar o genocídio praticado por Israel na Palestina é uma obrigação moral de todos que estiverem comprometidos com a democracia brasileira e uma etapa importante no enfrentamento com a extrema direita, aliada de primeira hora e defensora do genocídio. Criticar e denunciar o genocídio se inscreve também na luta pela paz naquela região e em defesa de um cessar fogo imediato”, declarou Simões.

Segundo os signatários, as práticas dessas organizações “visam calar e intimidar os que condenam o assassinato generalizado de palestinos e a brutalidade desta política” ao tentar “conter seu próprio desgaste silenciando os que denunciam seus crimes”. 

A Opera Mundi, o professor de relações internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC) Gilberto Maringoni, que é signatário da carta, disse ser necessário “manter acesa a chama da denúncia e da solidariedade” contra as ações de censuras promovidas pelas organizações. 

Após assinar o documento, Maringoni explicou que tais ações sionistas são frutos das derrotas que Israel tem sofrido, incluindo a mais recente, na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia:

“Breno Altman e José Genoino se tornaram os alvos visíveis da agressividade sionista no momento de crescente isolamento de Israel. Nós acabamos de ter, nesta sexta-feira (26/01), um juramento preliminar da admissibilidade da ação da África do Sul, na Corte Internacional de Justiça. Ela coloca a palavra 'genocídio' associada a Israel, o que demonstra que, mesmo em um terreno favorável a Israel e aos Estados Unidos, Israel se isola. Nesse isolamento, o sionismo fica mais agressivo e começa a atacar as figuras destacadas da luta democrática que ajudam a ampliar esse isolamento”, afirmou o docente.

Os signatários ainda criticam o financiamento das entidades à viagem de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a Israel para “avaliação dos resultados da guerra”. 

“Temos visto que existe uma operação muito bem financiada e muito bem orquestrada dessas associações ligadas ao Estado de Israel para criar um clima de pânico e terror”, explicou Maria Carlotto a Opera Mundi. A cientista social e professora da Universidade Federal do ABC reforçou a necessidade de reagir a “toda e qualquer tentativa de silenciamento em prol da defesa do povo palestino” e classificou as perseguições sionistas contra Altman e Genoino como “ataques muito covardes”:

“Se hoje a Corte Internacional reconhece [o genocídio], isso significa que, de fato, nós temos um movimento em curso de violência sistemática, de destruição de uma população. Então é óbvio que os humanistas no mundo inteiro vão se colocar em defesa do povo palestino”, afirmou Carlotto.

O abaixo-assinado também denuncia que as atividades da Conib e da StandWithUs “disseminam falsidades e interferem nos negócios internos do país”, referindo-se à reunião que o ex-presidente Jair Bolsonaro (2018-2022) manteve com o embaixador de Israel em Brasília para promover uma campanha contra o grupo palestino Hamas, no mês de novembro.

A Opera Mundi, a jornalista Heloísa Vilela, uma das signatárias do documento, também levanta a questão da forma pela qual os veículos da grande mídia brasileira tratam, de forma “falaciosa” e “tendenciosa”, o genocídio contra o povo palestino:

“Não resta a menor dúvida de que existe uma campanha em andamento que coloca o porta-voz do lobby do governo israelense para falar na televisão brasileira como se ele não tivesse um lado nessa questão, como se ele não estivesse sendo pago para defender o sionismo”, explica Vilela.

Para a jornalista, é “absurdo” que não se possa dizer “que genocídio é genocídio, que carnificina é carnificina” e que “a limpeza étnica israelense já vigora em Gaza faz 75 anos”:

“A gente tem que falar e a gente tem que defender o direito de quem fala. E quem fala com propriedade, como é o caso do Breno e do Genoino. Não podemos permitir que essas pessoas sejam caladas por esses lobbys e por esse governo sionista de extrema direita de Israel”, defende a signatária.

A manifestação de solidariedade é lançada após ataques das organizações aos posicionamentos críticos de Altman e Genoino contra a ofensiva militar de Israel em Gaza. O fundador de Opera Mundi, por exemplo, é alvo de processos judiciais contra para que suas redes sociais sejam suspensas e ele seja proibido de participar de “lives, vídeos e manifestações” sobre a questão palestina, “sob pena de prisão preventiva”.

Já o histórico militante Genoino foi alvo de um pedido da Conib para que seja aberto um inquérito contra ele.

“Manifestamos nossa solidariedade aos perseguidos. Somos solidários aos palestinos que resistem, há mais de um século, às investidas contra sua existência. Defendemos uma Palestina livre e soberana, respeitada pelo Estado de Israel”, finaliza o abaixo-assinado. 

O abaixo-assinado está aberto para assinaturas por meio deste site

Manifestação de solidariedade diz que as organizações Conib e StandWithUs querem 'calar quem denuncia a brutalidade' de Israel contra os palestinos em Gaza

Change.org

José Genoino e Breno Altman são alvos de ataques de entidades sionistas por denunciar o genocídio promovido por Israel

Leia na íntegra o abaixo-assinado em solidariedade a Breno Altman e José Genoino:

A importância deste abaixo-assinado

Após mais de 100 dias de ataques, o Estado de Israel assassinou mais de 25.000 palestinos, em sua maioria, crianças e mulheres. Feriu e mutilou mais de 50.000 pessoas. Destruiu as condições de vida na Faixa de Gaza. 

O genocídio em curso despertou a indignação mundial e desmascarou o colonialismo do governo de extrema-direita de Israel. 

Os representantes do sionismo no Brasil querem calar os que denunciam a brutalidade desta política. Seus principais instrumentos em nosso país, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) e a ONG StandWithUs, tentam conter seu próprio desgaste silenciando os que denunciam seus crimes.

As críticas ao terrorismo praticado pelo governo Netanyahu são tachadas de antissemitas para criar confusão. Os que se opõem ao sionismo não podem ser considerados antissemitas. Os judeus e o judaísmo devem ser respeitados. 

No Brasil, os sionistas querem censurar a mídia, intimidar seus opositores e disseminar falsidades. Interferem nos negócios internos do país promovendo reuniões com a extrema direita e financiando viagens de autoridades públicas. 

A Conib investiu contra o jornalista Breno Altman e o ex-deputado José Genoino visando intimidar os que condenam o assassinato generalizado de palestinos.

Manifestamos nossa solidariedade aos perseguidos. Somos solidários aos palestinos que resistem, há mais de um século, às investidas contra sua existência. Defendemos uma Palestina livre e soberana, respeitada pelo Estado de Israel.

Confira algumas assinaturas ao documento até o momento: 

Cristina Serra – Jornalista

Roberto Amaral – Cientista político

Otávio Velho – Antropólogo

Luiz Eduardo Soares – Antropólogo

Gleisi Hoffmann – Deputada federal

Manuel Domingos Neto – Historiador

Cid Benjamim – Jornalista

Aldo Arantes – Advogado

Ivan Valente – Deputado federal

Sônia Fleury – Professora

Luís Nassif – Jornalista

Jandira Feghali – Deputada federal

Mário Simões – Jornalista

Gilberto Maringoni – Professor

Ana de Hollanda – Cantora e compositora

Valério Arcary – Professor

Tulio Franco – Médico sanitarista

Eleonora de Lucena – Jornalista

João Quartim de Moraes – Cientista político

Reginaldo Nasser – Professor

Altamiro Borges – Jornalista

Luiz Sérgio – Ex-deputado federal

Jeferson Miola – Articulista

Armando Boito Jr. – Cientista político

Raul Carrion – Historiador

Heloísa Villela – Jornalista

Fátima Belchior – Jornalista

Reginete Bispo – Deputada federal

Maria Caramez Carlotto – Professora

Luiz de Siqueira Martins Filho – Professor

Rodolfo de Lucena – Jornalista

João Carlos Sales – Professor

Maria Helena Arrochellas – Escritora

Pedro Oliveira – Jornalista

Juca Kfouri – Jornalista

Lívia Ferrari – Jornalista

Florice Raposo Pereira – Geógrafa

Lejeune Mirhan – Sociólogo

Gisele Martins – Comunicadora

Rosa Freire d`Aguiar – Jornalista

Olival Freire – Físico

Patrícia Valim – Professora

Wevergton Brito – Jornalista

Mauro Lopes – Jornalista

Pepe Vargas – Deputado estadual (RS)

Maria Lygia Quartim de Moraes – Socióloga

Jussara Cony – Farmacêutica

Lívia Ferrari – Jornalista

Valton Miranda – Médico

Milton Temer – Jornalista

Raul Pont – Professor

Chico Alves – Jornalista

Linda Gondim – Socióloga

Bier – Cartunista

Chico Pinheiro – Jornalista

Carlos R. Winckler – Sociólogo

Lucila Soares – Jornalista

Celso Augusto Schröder – Cartunista

Ecila Meneses – Advogada

Alfredo Saab Filho – Economista

João Roberto Martins Filho – Cientista político

Celso Vicenzi – Jornalista

Claudio Daniel – Escritor

Claudio Nicotti – Advogado

Regina Lunière – Jornalista

Solange Padilha – Artista

Edgar Vasques – Cartunista e ilustrador

Elvino Bobn Gass – Deputado federal

Ernani Ssó – Escritor

Luiz Moreira Jr. – Professor

Regimeire Maciel – Professora

Emiliano Jose – Ex-deputado federal

Gilmar Eitelwein – Produtor cultural

Luis Eduardo Greennhalgh – Advogado

Simone Romero – Jornalista

José Carlos Saboia – Ex-deputado federal

Jose Luiz del Roio – Ex-senador pela Itália.

Valter Pomar – Professor

Katia Brasil – Jornalista

Ines Castilho – Jornalista

Elizabeth Hazin – Professora

Marcus Sokol – Economista

Jamil Murad – Ex-deputado federal

Joaquim Soriano – Agrônomo

José Reinaldo Carvalho – Jornalista

Carlos Latuff – Chargista

Héctor Saint-Pierre – Professor

Pedro Celestino Pereira – Engenheiro

José Weis – Jornalista

Laís Nicotti – Desembargadora

Walter Sorrentino – Médico

Laura Sito – Deputada estadual (RS)

Paris Yeros – Professor

Lu Vieira – Cartunista

Maritânia Dallagnol – Advogada

Daniel Almeida – Deputado federal

Matheus Gomes – Deputado estadual (RS)

Paulo Amarante – Psiquiatra

Luiz Martins de Melo – Economista

Vera Perfeito – Jornalista

Suzeley Kalil Mathias – Professora

Ramatis Jacino – Professor

Vera Guasso – Sindicalista

Ana Penido – Professora

Marcio Jerry – Deputado federal

Paulo Cézar de Andrade Prado – Jornalista

Lecio Morais – economista

Adriano Diogo – Ex-deputado estadual (SP)

Leandro Fortes – Jornalista

Fernando Mattos – Professor

Isabel Pacheco – Jornalista

Marcelo Barbosa – Advogado

Kiko Nogueira – Jornalista

Christina Miguez – Jornalista

Adalberto Cardoso – Professor

Luiza Coppieters – Pesquisadora

Manuela D´Ávila – Jornalista

Antero Luiz – Jornalista

Lidice da Mata – Deputada federal

Daiana Santos – Deputada federal

Vivaldo Barbosa – Ex-deputado federal

Francis Bogossian – Empresário

Hidelgard Angel – Jornalista

Aitan Sipahí – Médico

Luiza Erundina – Deputada federal

Glauber Braga – Deputado federal

Mário Vitor Santos – Jornalista

Lindbergh Farias – Deputado federal

Padre João – Deputado federal

Alencar Santana – Deputado federal

Zeca Dirceu – Deputado federal

Regina Zappa – Jornalista

Ana Paula – Deputada federal

Jilmar Tatto – Deputado federal

Arlindo Chinaglia – Deputado federal

Misiara Oliveira – Dirigente partidária

Carlos Zaratini – Deputado federal

Washington Quaquá – Deputado federal

Kiko Celeguim – Deputado federal

Carol Proner – Advogada e professora

Nilton Tatto – Deputado federal

Fernando Mineiro – Deputado federal