Israel afirma que matou Hashem Safieddine, que seria o próximo líder do Hezbollah
Tel Aviv confirma também morte do chefe da área de inteligência do grupo
As Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram na noite de terça-feira (22/10) que seus ataques contra o Líbano mataram Hashem Safieddine, tido como próximo líder do Hezbollah, e também Ali Hussein Hazima, chefe da área de inteligência do grupo libanês.
Ambos teriam morrido nos bombardeios ao subúrbio de Dahiyeb em 3 de outubro, num bombardeio a um bunker subterrâneo no qual, segundo Israel, morreram outros 25 líderes do Hezbollah que participaram de uma reunião da cúpula mais antiga do grupo.
Safieddine foi um dos primeiros membros do Hezbollah, criado em 1982 como milícia em resposta à invasão israelense do Líbano naquele ano. Ele exerceu diversas funções no grupo, incluindo a gestão de negócios.
Próximo ao Irã
Atualmente, presidia o mais alto órgão decisório do grupo, o Conselho Executivo, que há alguns anos o havia indicado como sucessor do líder máximo, Hassan Nasrallah, morto em 27 de setembro. Ambos eram primos e tidos como muito carismáticos.
Entretanto, à diferença de Nasrallah, que viveu escondido por anos, Safieddine aparecia em eventos políticos e religiosos.
Ele viveu e estudou no Irã onde era amigo do major-general Qassim Suleimani, que comandou a Força Quds da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã até ser morto em um ataque aéreo dos EUA a Bagdá.
Com a morte de Safieddine e de outros 25 líderes do Hezbollah no início do mês, restaria apenas o vice-secretário-geral do Hezbollah, Naim Qassem, como liderança senhor do grupo. Segundo ojornal britânico Guardian, praticamente toda a liderança política e militar mais experiente do grupo teria sido morta por Israel nos últimos três meses.

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Atualmente, Safieddine presidia o mais alto órgão decisório do grupo, o Conselho Executivo
Hezbollah se diz firme
A despeito disso, o Hezbollah garante que mantém sua força organizacional, o que se evidenciaria pela “falta de avanços de Israel no sul do Líbano”, onde o grupo tem mantido confrontos diários com soldados israelenses desde que este invadiu o país, no início do mês.
Com o limitado acesso que a mídia tem ao sul do Líbano, a extensão do sucesso de Israel na área não está clara.
Qassem vem sendo o rosto do Hezbollah desde a morte de Nasrallah, mas não desfruta da mesma popularidade. Ele disse, há algumas semanas, que nomear um novo líder era tarefa complexa que levaria algum tempo.
Nos últimos dias, Israel intensificou seus ataques ao Líbano. Para reduzir o apoio que o Hezbollah recebe no país, Tel Aviv bombardeou diversas filiais de uma instituição financeira do grupo dedicada a atividades de caridade junto à população.
Nos ataques de segunda-feira à noite (21/10) contra os subúrbios de Beirute, Israel matou 18 pessoas, incluindo quatro crianças, e feriu 60 em Dahiyeh. Os bombardeios também causaram grandes danos ao maior hospital público do Líbano, o hospital Rafik Harari.
Já o Hezbollah lançou diversos foguetes dirigidos a Tel Aviv e a Haifa. Em Tel Aviv, que teve estado de emergência declarado e o aeroporto fechado, o alvo era uma unidade de inteligência militar de Israel. Já na cidade portuária de Haifa, o objetivo era a base naval Stella Maris.
O Hezbollah também informa ter abatido, na terça-feira, um drone israelense com um míssil terra-ar.























