Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Em discurso televisionado nesta terça-feira (15/10), o vice-secretário-geral do Hezbollah, Naim Qassem, prometeu que o Líbano continuará lutando até que Israel aceite um cessar-fogo na região, classificando o regime sionista liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu como uma entidade de ocupação que representa uma ameaça para além do Oriente Médio.

“Duas semanas se passaram desde o início da agressão terrestre israelense, mas eles permanecem no limite da fronteira. Nos últimos sete dias, estabelecemos uma nova equação de acordo com a qual atacaremos em profundidade Haifa e além de Haifa, como já fizemos disparando contra Tel Aviv”, destacou Qassem, garantindo atingir as regiões “norte, sul e centro” de Israel como resposta aos recentes bombardeios “em todo o Líbano”.

“Israel é uma ocupação expansionista que não se limita à Palestina”, acrescentou o número dois do grupo xiita, ao acusar Israel de querer controlar todo o “território dos estados árabes e de todos os muçulmanos” por meio de uma “política de massacres”.

Em seu discurso, Qassem sustentou que a única solução para pôr fim aos conflitos na região devem partir de uma iniciativa do primeiro-ministro Netanyahu.

“Estou dizendo aos israelenses que a solução é parar de atirar. A solução é um cessar-fogo. Depois de um cessar-fogo, os colonos [israelenses] podem retornar ao norte”, disse, alertando que os ataques em curso liderados pelo regime sionista também deixam a vida de mais de dois milhões de israelenses sob risco.

Reprodução/Al-Manar
Em discurso televisionado, Naim Qassem, vice-secretário-geral do Hezbollah, promete seguir lutando até consolidar uma vitória sobre a ‘entidade de ocupação expansionista’ de Israel

Entretanto, à medida que as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) seguem hostilizando os palestinos, apoiados pelo Hezbollah, Qassem destacou que a disposição do grupo libanês de também concordar com um cessar-fogo estava condicionada ao fim dos combates em Gaza. O vice-secretário-geral se referiu ao povo palestino como “proprietário legítimo” do território alvo de ocupação, expressando que as lutas do Hezbollah e do Hamas não podem ser dissociadas.

Ainda sobre as constantes hostilidades na região, Qassem acusou os Estados Unidos de continuarem dando respaldo a Israel em “seus crimes brutais” em todo o Oriente Médio.

“Os Estados Unidos, o maior satã, querem um novo Oriente Médio. [Benjamin] Netanyahu quer a mesma coisa. Isso significa que os Estados Unidos e Israel estão fazendo esse genocídio propositalmente”, pontuou. “Como o inimigo tem como alvo todo o Líbano, temos o direito, de uma posição defensiva, de atingir qualquer ponto dentro da entidade inimiga”, ressaltou.

Possível trégua no Líbano

Ainda nesta terça-feira (15/10), o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, afirmou ter recebido garantias dos Estados Unidos a respeito de uma “redução do nível da escalada” das IDF nos ataques em Beirute e nos subúrbios ao sul da capital. A declaração foi dada durante entrevista à emissora catari Al Jazeera.

“Houve tentativas por parte do Conselho de Segurança da ONU de decretar um cessar-fogo, mas que ainda não foi possível concretizá-las”, revelou o premiê.

À agência AFP, Mikati indicou que pretende reforçar o contingente militar no sul do Líbano, principal ponto das incursões israelenses, assim que uma possível trégua for implementada.

“Atualmente, temos 4,5 mil soldados no sul do país e queremos aumentá-los a um número entre 7 mil e 11 mil”, comentou, acrescentando que o governo libanês “reforçou a segurança no aeroporto de Beirute a fim de eliminar qualquer pretexto de ataque israelense”, devido à proximidade do local a alegados redutos do Hezbollah.

(*) Com Ansa