Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente dos EUA, Donald Trump, sancionou a lei que obriga o Departamento de Justiça a divulgar os arquivos do caso do criminoso sexual Jeffrey Epstein e sua cúmplice Ghislaine Maxwell.

“Acabei de assinar o projeto de lei para tornar públicos os arquivos de Epstein! Como todos sabem, pedi ao presidente da Câmara, Mike Johnson, e ao líder da maioria no Senado, John Thune, que aprovassem este projeto de lei na Câmara e no Senado, respectivamente. Graças ao meu pedido, os votos foram quase unânimes a favor de sua aprovação”, o presidente escreveu na quarta-feira (19/11) no Truth Social.

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Trump destacou que, sob sua direção, o Departamento de Justiça já entregou quase 50.000 páginas de documentos ao Congresso. “Não se esqueçam: o governo Biden não entregou um único arquivo ou página relacionada ao democrata Epstein, eles sequer mencionaram o nome dele”, vangloriou-se o presidente.

Ele também lembrou que Epstein foi indiciado pelo Departamento de Justiça do governo Trump em 2019, e não pelos democratas, que “ele foi democrata a vida toda, doou milhares de dólares para políticos democratas e tinha fortes ligações com muitas figuras conhecidas do partido”, mencionando o ex-presidente Bill Clinton, o ativista político Reid Hoffman, o líder da minoria Hakeem Jeffries e a congressista democrata Stacey Plaskett.

“Talvez a verdade sobre esses democratas e seus laços com Jeffrey Epstein seja revelada em breve”, observou o presidente, agora que a lei foi assinada.

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O Senado aprovou o projeto de lei por unanimidade na noite de terça-feira (18/11), poucas horas depois de a proposta ter sido aprovada pela Câmara dos Representantes.

Trump declara que Epstein era democrata, apesar de serem amigos íntimos

Trump declara que Epstein era democrata, apesar de serem amigos íntimos
Wikimedia Commons

A iniciativa exige que os documentos sejam tornados públicos no prazo de 30 dias a partir da sua promulgação, com algumas exceções para proteger os dados sensíveis das vítimas.

O avanço do projeto de lei foi desbloqueado depois que Trump retirou sua oposição, embora vários parlamentares republicanos tenham descrito a votação como uma manobra política orquestrada pelos democratas. O presidente dos EUA já foi alvo de escrutínio diversas vezes por sua longa amizade com Epstein, mas nega qualquer envolvimento em suas atividades.

O caso Epstein

Jeffrey Epstein foi encontrado morto em 10 de agosto de 2019 em sua cela no Centro Correcional Metropolitano em Manhattan (Nova York), onde aguardava julgamento por acusações federais de tráfico sexual de menores.

A morte de Epstein ocorreu apenas um dia após a divulgação de documentos judiciais que implicavam diversas pessoas influentes como cúmplices, incluindo o príncipe Andrew da Grã-Bretanha, o investidor bilionário Glenn Dubin, o ex-governador do Novo México Bill Richardson e outras figuras políticas e indivíduos de destaque.

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No início de seu segundo mandato, Trump prometeu desclassificar documentos importantes no caso Epstein, mas, no fim das contas, as divulgações incluíram apenas informações já de conhecimento público. Trump acusou os democratas de usarem o que ele chama de “a farsa de Jeffrey Epstein” como estratégia para desviar a atenção das realizações de seu governo.