Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Após 42 dias de paralisação, o mais longo shutdown da história dos Estados Unidos terminou na noite desta quarta-feira (12/11) com a sanção do novo plano orçamentário do país pelo presidente Donald Trump.
A Câmara dos Representantes aprovou o texto por 222 votos a 209, com duas abstenções, dois dias após o plano ter passado no Senado, após um acordo entre republicanos e um grupo de senadores democratas, visando a reabertura do governo e reversão de demissões ordenadas durante o shutdown.
O acordo, no entanto, deixou de fora os créditos fiscais que subsidiam os planos de saúde do Affordable Care Act (ACA), ou Obamacare. A única garantia é a palavra do líder republicano no Senado, John Thune, que se comprometeu a colocar a renovação dos subsídios em votação no plenário até meados de dezembro, sem garantia de aprovação.
Na queda de braços, entre as duas principais legendas do país, seis deputados democratas romperam com as orientações do partido e apoiaram o projeto orçamentário: Adam Gray (Califórnia), Tom Suozzi (Nova York), Marie Gluesenkamp Perez (Washington), Don Davis (Carolina do Norte), Henry Cuellar (Texas) e Jared Golden (Maine). No lado republicano, houve duas dissidências — Thomas Massie (Kentucky) e Greg Steube (Flórida), que votaram contra.
No plenário, o líder democrata Hakeem Jeffries prometeu continuar a batalha pela renovação dos subsídios do Obamacare. “Essa luta não acabou. Estamos apenas começando”, disse. Ele advertiu que, caso os republicanos não aprovem a extensão ainda este ano, “o povo americano os expulsará de seus cargos no ano que vem e encerrará o mandato de Donald J. Trump como presidente da Câmara de uma vez por todas”.
Os republicanos comemoraram o resultado, atribuindo a culpa do shutdown aos democratas. “Não há absolutamente nenhuma dúvida de que os democratas são responsáveis por milhões de famílias passando fome, viajantes presos em aeroportos e tropas sem saber se receberiam seus salários”, afirmou o comunicado oficial do partido.
Trump foi na mesma toada ao assinar o texto: “estamos enviando uma mensagem clara de que nunca cederemos à extorsão, porque foi isso que aconteceu… os democratas tentaram extorquir nosso país”.

Trump reabre governo após plano orçamentário ser aprovado no Capitólio
Bryan Dickerson/PxHere

Paralisação sem precedentes

O impasse entre democratas e republicanos deixou cerca de 700 mil servidores em licença não remunerada e suspendeu por semanas o salário de militares, agentes de segurança, controladores de voo e funcionários de aeroportos.
Durante os 42 dias de paralisação, benefícios sociais foram suspensos no país, como do programa de auxílio alimentar (SNAP), e ocorreram demissões demissões adicionais, corte de verbas de infraestruturas em estados que não votaram em Trump, além de redução de voos em todo o país causando .
Na aviação, o secretário de Transporte, Sean Duffy, ordenou redução de voos em todo o país diante do “estresse sem precedentes” enfrentado por controladores sem salário, provocando cancelamentos generalizados.