Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Desde que substituiu Joe Biden como indicação democrata à Casa Branca, em julho deste ano, Kamala Harris esteve sempre à frente do adversário, o republicano Donald Trump, nas principais pesquisas de intenção de voto. As últimas análises das três principais agências de pesquisas norte-americanas mantêm o tímido favoritismo da atual vice-presidente dos Estados Unidos.

De acordo com a Reuter/Ipsos, Kamala tem a preferência de 47% dos entrevistados, apenas dois pontos à frente de Trump, com 45% das intenções de voto. Ambos os candidatos estão tecnicamente empatados.

A distância entre eles é um pouco maior na contagem feita pelo The New York Times/Siena College, que indica a democrata com 49% do eleitorado e Donald Trump com 46%. Cenário semelhante é registrado pela plataforma 538, especializada em pesquisas políticas, que condensa os dados de todas as agências nacionais. Kamala aparece com 48,6% das intenções de voto, enquanto Donald Trump tem 45,9%.

Se considerarmos a margem de erro, os candidatos estão empatados em todas as pesquisas, repetindo um cenário bastante parecido com o da última corrida presidencial, disputada entre Joe Biden e Donald Trump, que tentava sua reeleição.

Alguns especialistas são críticos destas pesquisas que estudam o eleitorado como um todo, já que a eleição nos Estados Unidos é indireta. Para eles, é mais interessante avaliar a pesquisa em cada estado, focando sobretudo nos chamados “estados pêndulos”, que são fundamentalmente os que decidem as eleições por não terem um vencedor (democrata ou republicano) previsível.

Gage Skidmore/Flickr
Desde que substituiu Biden como indicação democrata à Casa Branca, Kamala Harris esteve sempre à frente de Trump

Dos sete estados pêndulos, Kamala está à frente em quatro: Pensilvânia, Michigan, Wisconsin e Nevada. Em todos eles, a democrata tem entre 1 e 2 pontos de vantagem. No Arizona, na Carolina do Norte e na Geórgia, Donald Trump aparece na liderança, também com 1 ponto de vantagem.

Guerra para além das urnas

Kamala Harris se vê pisando em ovos ao defender o apoio do presidente Joe Biden a Israel, enquanto corre o risco de alienar os eleitores muçulmanos e árabes norte-americanos – o que pode custar sua eleição. Já Donald Trump continua com seu prognóstico apocalíptico de uma Terceira Guerra Mundial caso ele não retorne à Casa Branca.

Ambos os candidatos participaram de cerimônias de homenagem às vítimas israelenses do ataque do Hamas em 7 de outubro do ano passado. Enquanto isso, milhares de pessoas tomaram as ruas das principais capitais para protestar contra o massacre conduzido por Israel e que matou mais de 40 mil pessoas apenas em Gaza.

Há registros de protestos em Paris, Roma, Cidade do Cabo, Nova York, Minneapolis e mais. Talvez o maior protesto tenha sido o de Londres, onde 40 mil manifestantes pró-palestina marcharam pacificamente na capital britânica. Desde que o massacre de Gaza começou, Biden tem sido criticado por não condenar Israel — o principal aliado dos EUA no Oriente Médio — por seus ataques mortais aos palestinos.

Washington fornece a Israel pelo menos US$ 3,8 bilhões (cerca de R$ 21 bi) em ajuda militar anualmente e Biden deu sinal verde para destinar US$ 14 bilhões em assistência adicional ao aliado dos EUA desde que a guerra de Israel na Faixa de Gaza começou, em outubro do ano passado.