Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O senador independente de Vermont, Bernie Sanders, culpou nesta quarta-feira (06/11) o Partido Democrata pela derrota da vice-presidente Kamala Harris na disputa eleitoral contra o republicano Donald Trump, atribuindo o “desastre” na campanha aos “grandes interesses financeiros” e aos “consultores bem pagos” que controlam a sigla.

“Não deveria ser nenhuma surpresa que um Partido Democrata que abandonou a classe trabalhadora descobriria que a classe trabalhadora os abandonou”, escreveu em comunicado. “Enquanto a liderança democrata defende o status quo, o povo americano está bravo e quer mudança. E eles estão certos.”

O congressista norte-americano disse que a liderança da sigla precisa de “discussões políticas sérias” a respeito do comportamento dos trabalhadores latinos e negros que, agora, estão mais voltados aos candidatos republicanos.

Entre as questões que Sanders acredita que os democratas falharam em abordar sob a gestão Biden-Harris, incluem-se a desigualdade de renda e a consequente piora no padrão de vida, além dos altos preços de medicamentos prescritos e a falta de uma assistência médica universal.

Segundo o senador, o partido não alcançou os trabalhadores assalariados, os ativistas pró-Palestina e a oposição ao fornecimento de ajuda militar a Israel.

“Apesar da forte oposição da maioria dos americanos, continuamos gastando bilhões financiando a guerra total do governo extremista de [Benjamin] Netanyahu contra o povo palestino, que levou ao terrível desastre humanitário da desnutrição em massa e à fome de milhares de crianças”, disse.

U.S. Senate for Vermont
Senador independente de Vermont, Bernie Sanders critica o Partido Democrata por não atender às necessidades da população norte-americana

Leia o comunicado na íntegra:

“Não deveria ser nenhuma surpresa que um Partido Democrata que abandonou a classe trabalhadora descobriria que a classe trabalhadora os abandonou. Primeiro, foi a classe trabalhadora branca, e agora são os trabalhadores latinos e negros também.

Enquanto a liderança democrata defende o status quo, o povo americano está bravo e quer mudança. E eles estão certos.

Hoje, enquanto os muito ricos estão indo fenomenalmente bem, 60% dos americanos vivem de salário em salário e temos mais desigualdade de renda e riqueza do que nunca. Inacreditavelmente, os salários semanais reais, contabilizados pela inflação, para o trabalhador americano médio são na verdade menores agora do que eram há 50 anos.

Hoje, apesar de uma explosão na tecnologia e na produtividade dos trabalhadores, muitos jovens terão um padrão de vida pior do que seus pais. E muitos deles se preocupam que a Inteligência Artificial e a robótica tornem uma situação ruim ainda pior.

Hoje, apesar de gastarmos muito mais per capita do que outros países, continuamos sendo a única nação rica a não garantir assistência médica a todos como um direito humano e pagamos, de longe, os preços mais altos do mundo por medicamentos prescritos. Nós, sozinhos entre os principais países, não podemos sequer garantir licença médica e familiar remunerada.

Hoje, apesar da forte oposição da maioria dos americanos, continuamos gastando bilhões financiando a guerra total do governo extremista de Netanyahu contra o povo palestino, que levou ao terrível desastre humanitário da desnutrição em massa e à fome de milhares de crianças.

Os grandes interesses financeiros e os consultores bem pagos que controlam o Partido Democrata aprenderão alguma lição real com sua campanha de desastre? Eles entenderão a dor e a alienação política que dezenas de milhões de americanos estão vivenciando? Eles têm alguma ideia de como podemos enfrentar a oligarquia cada vez mais poderosa que tem tanto poder econômico e político? Provavelmente não.

Nas próximas semanas e meses, aqueles preocupados com a democracia de base e a justiça econômica precisam ter algumas discussões políticas muito sérias.

Fiquem ligados.”