Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O Foro de São Paulo (FSP), a partir de uma resolução final da organização, reconheceu a vitória de Nicolás Maduro na Venezuela.

O documento, elaborado pelo grupo de trabalho do FSP durante um encontro no final de setembro no México, defende o respeito às “instituições democráticas” de Caracas e à “autodeterminação” do povo venezuelano que foi às urnas em 28 de julho deste ano.

“Dadas as ações da extrema-direita, se converte em um imperativo para as nossas forças políticas fazer um chamado a respeitar as instituições democráticas da Venezuela e a autodeterminação do povo venezuelano com relação aos resultados eleitorais que deram a vitória ao presidente Maduro”, afirma o documento.

A resolução é assinada por diversos partidos e organizações que compõem o Foro de São Paulo, incluindo o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB). O PT já havia reconhecido a vitória de Maduro na Venezuela, posição divergente da adotada pelo governo Lula, que contesta os resultados.

Para Ana Prestes, secretária de relações internacionais do PCdoB e representante do partido no Foro de São Paulo, a divergência entre PT, PCdoB e Presidência não é algo “estranho”, já que o governo Lula é uma “frente ampla”, que recebe pressões distintas das dos partidos.

Cientista política, Prestes avalia que, em relação ao reconhecimento da vitória de Maduro, a postura do governo Lula “não é muito clara”. “Ela é confusa, ninguém sabe direito qual é realmente a posição do governo”, disse a Opera Mundi.

@PresidencialVen / X
Nicolás Maduro foi certificado vencedor das eleições venezuelanas com 51,92% dos votos válidos

Em nota divulgada no dia 30 de julho, dois dias após o pleito venezuelano. A Executiva Nacional da sigla saudou os venezuelanos pelo processo eleitoral em uma jornada que chamou de “pacífica, democrática e soberana”. O texto afirmava também que o partido “seguirá vigilante para contribuir, na medida de suas forças, para que os problemas da América Latina e Caribe sejam tratados pelos povos da nossa região, sem nenhum tipo de violência e ingerência externa”.

O Ministério de Relações Exteriores do Brasil parabenizou o “caráter pacífico” das eleições presidenciais, sem, contudo, reconhecer a reeleição de Maduro, e afirmou que acompanhava com “atenção” o processo de apuração das atas eleitorais.

Por sua vez, o presidente Lula, em agosto, disse que “ainda não” reconhecia o resultado eleitoral de 28 de julho que definiu a vitória de seu homólogo venezuelano.

Procurados por Opera Mundi, Secom e o Partido dos Trabalhadores não se manifestaram sobre o posicionamento do Foro de São Paulo.