Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O governo da Venezuela rebateu nesta sexta-feira (02/08) o Departamento de Estado norte-americano ao classificar como “ridículas” as declarações atribuídas ao secretário de Estado, Antony Blinken, de que o candidato da oposição venezuelana, Edmundo González, da Plataforma Unitária de extrema direita, tenha recebido mais votos nas eleições presidenciais.

Ao criticar o comunicado publicado na noite anterior pelo órgão dos Estados Unidos, o Ministério das Relações Exteriores venezuelano afirmou que o governo de Washington está na “vanguarda do golpe de Estado” que se articula contra a Venezuela.

“A Venezuela rejeita as graves, e ainda mais ridículas, declarações atribuídas ao Secretário de Estado dos Estados Unidos Antony Blinken, nas quais pretende assumir o papel do Poder Eleitoral Venezuelano, demonstrando que o Governo dos Estados Unidos está na vanguarda do Golpe de Estado que se pretende contra a Venezuela, promovendo uma agenda violenta contra o povo venezuelano e as suas instituições”, afirma a nota.

A chancelaria também denunciou a postura dos Estados Unidos classificando-a como uma “manobra perversa” que recorre “à mentira e à manipulação” como forma de construir uma narrativa falsa e incentivar os atos violentos no país. Destacou ainda que, ao longo de 25 anos, o governo norte-americano tentou sucessivas vezes derrubar o governo bolivariano, mas que nunca obteve sucesso. 

Twitter/Prensa Presidencial
O presidente reeleito da Venezuela, Nicolás Maduro rejeitou as declarações do secretário de Estado Antony Blinken ao afirmar que os Estados Unidos querem interferir nos assuntos internos do país: “tire o nariz da Venezuela”

‘Tirem o nariz da Venezuela’

Durante uma reunião realizada na noite de quinta-feira (01/08) com um grupo de representantes dos Comitês Locais de Abastecimento e Produção (CLAP), o presidente reeleito Nicolás Maduro também rejeitou as declarações de Antony Blinken, criticando que os Estados Unidos querem interferir nos assuntos internos do país. O mandatário pediu que Washington “tire o nariz da Venezuela”.

“Os Estados Unidos saem para dizer que a Venezuela tem outro presidente. Os Estados Unidos devem enfiar o nariz para fora da Venezuela porque o povo soberano é quem governa na Venezuela, quem coloca, quem escolhe, quem decide”, disse ele.

Segundo o presidente, o candidato da oposição Edmundo González “é um assassino e agente da CIA” que foi nomeado pelo governo norte-americano como o “novo Guaidó”. Juan Guaidó, ex-deputado venezuelano, autoproclamou-se presidente do país sul-americano em 2019 e foi um dos responsáveis pela Operação Gideão para tentar um golpe de Estado contra Maduro.

“Os Estados Unidos nomearam um novo Guaidó: Edmundo González Urrutia, que é um assassino, um agente da CIA ligado ao assassinato de religiosos em El Salvador nos anos 80”, afirmou.

As declarações de Maduro foram feitas pouco depois que o governo de Washington, sem provas, lançou um comunicando alegando que o vencedor das eleições na Venezuela foi Edmundo González Urrutia. 

“Dadas as evidências esmagadoras, está claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano, que Edmundo González Urrutia teve o maior número de votos nas eleições de 28 de julho na Venezuela“, dizia a nota publicada pelo Departamento de Estado norte-americano, em falas atribuídas ao secretário Antony Blinken.

“Os EUA são o CNE, o demônio fascista é o CNE?”, questionou Maduro. 

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), por sua vez, divulgou no domingo (28/07) o resultado das eleições que indicou a vitória do atual presidente com 51,2% dos votos contra 44,2% de Edmundo, com 80% das urnas apuradas.

(*) Com Telesur