Peru: ex-homem forte de Alberto Fujimori planejou subornar juízes para reverter derrota de Keiko
Ministério Público do país anunciou início de investigação sobre áudios em que Vladimiro Montesinos, preso em uma base naval por violações de direitos humanos, planeja comprar membros da Justiça eleitoral
O Ministério Público do Peru anunciou o início de uma investigação sobre áudios nos quais o ex-homem forte da ditadura de Alberto Fujimori (1990-2000), Vladimiro Montesinos, planeja subornar membros do Júri Eleitoral Nacional (JNE) em ações ilegais para permitir que a filha do ex-ditador, Keiko, tivesse seus recursos aceitos e fosse declarada vencedora das eleições presidenciais do país.
Por meio de suas redes sociais, o Ministério Público informou que o caso foi encaminhado à Segunda Promotoria Transitória do Supremo Ministério Público Especializada em crimes cometidos por funcionários públicos.
Montesinos está preso na Base Naval de Callao e fez as ligações de lá. O fato levou a Marinha de Guerra do Peru a anunciar que também investigaria o caso. Segundo o órgão, o ex-assessor de Fujimori tinha autorização para fazer ligações à esposa.
Nos áudios, Montesinos tentava combinar a entrega de suborno a membros do JNE em favor de Keiko, que perdeu a eleição presidencial por menos de 1 ponto percentual para Pedro Castillo, de esquerda. O resultado oficial ainda não foi proclamado porque a ultradireitista impetrou diversos recursos sob alegações, até agora infundadas, de fraude.
O diálogo foi mantido com o coronel da reserva do Exército Pedro Rejas Tataje, que decidiu gravar e transmitir os áudios. O objetivo era fazer com que o JNE aceitasse todos os recursos de Keiko, anulando 200 mil votos e permitindo a “vitória” da filha do ex-ditador. Até o momento, nenhum dos recursos apresentados pela candidata foi aceito.
Também foram travadas conversas entre Pedro Rejas e Guillerno Sendón, acusado de ser o operador de Montesinos nos áudios, que reconheceu a sua participação, apesar de afirmar que tenha sido somente para “seguir o jogo”.

ANDINA
Vladimiro Montesinos, condenado por violações aos direitos humanos, planejou subornar juízes para reverter derrota de Keiko
Montesinos, que é ex-militar, era responsável de facto pelo serviço de inteligência peruano durante a ditadura de Fujimori, marcada por violações de direitos humanos e casos de corrupção. O ex-agente também fez parte do Grupo Colina, um esquadrão para assassinar simpatizantes comunistas.
Em 2000, Montesinos fugiu para a Venezuela, mas foi capturado e condenado a 25 anos de prisão por violações de direitos humanos.
(*) Com teleSUR























