Equatorianos enfrentam longas filas e aglomerações para votar

Os eleitores equatorianos enfrentam longas filas e algumas aglomerações em locais de votação das eleições gerais que ocorrem no país neste domingo (07/02).

Segundo o jornal El Comercio, diversas zonas eleitorais em Quito, capital do Equador, e em Guayaquil, segunda maior cidade do país, tiveram seus eleitores aguardando por horas ao lado de fora. Filas que se estenderam por até seis quarteirões de distância também foram registradas nas maiores cidades equatorianas.

Segundo a emissora teleSur, muitos eleitores se manifestaram preocupados com aglomerações pelo risco de contágio do novo coronavírus.

Ao jornal El Comercio, eleitores denunciaram atrasos de mais de uma hora para exercer seus votos enquanto, segundo eles, mesas de votação estavam vazias dentro dos locais.

“Fizemos uma fila muito longa. Lá dentro existem mesas vazias e aqui fora centenas de pessoas esperam para entrar”, disse um eleitor de Quito ao periódico.

Ainda de acordo com o jornal, em diversos locais de votação os eleitores se aglomeraram em filas e os espaços pequenos impediram que realizassem um distanciamento social seguro para se prevenir contra a covid-19.

LEIA TAMBÉM

Entenda o que está em jogo nas eleições presidenciais no Equador

Equador decide se retoma legado de Correa ou segue com projeto neoliberal

Presidente do Parlasul: Missão no Equador é garantir que se respeite o resultado das urnas

Progressista x 'banqueiro': quem são os principais candidatos à Presidência do Equador?

Com favoritismo da esquerda, Equador vai às urnas para decidir próximo presidente

Ameaças à esquerda marcam última semana da campanha presidencial no Equador

Andrés Arauz: Lawfare contra Rafael Correa segue mesma receita e narrativas de Brasil e Argentina

Nas redes sociais, a coalizão de esquerda União pela Esperança (Unes), do candidato à presidente Andrés Arauz, também denunciou as longas filas que equatorianos enfrentaram para votar e disse que os episódios eram “estratégia da direita”.

“A estratégia da direita é retardar a votação em setores populares enquanto que nos centros onde votam representantes da oligarquia tudo corre com fluidez”, disse.

O ex-presidente Rafael Correa, que apoia Arauz e a Unes nessas eleições, também criticou os atrasos nos postos eleitorais e falou em “negligência e má fé do CNE”.

Candidata correísta também denuncia

Pierina Correa Delgado, candidata a deputada pela União pela Esperança (Unes), apoiada por Correa, também denunciou as longas filas e alguns recintos de votação vazio.

Em nota, Delgado pediu que “as autoridades do CNE [Conselho Nacional Eleitoral] cumpram com seu dever e evitem aglomerações”.

“Os postos eleitorais, em seu interior, se encontram vazios, enquanto milhares de pessoas fazem longas filas do lado de fora. Não aceitaremos que se interrompa o direitos ao voto dos equatorianos”, disse.

Eleitores no exterior

Equatorianos residentes em outros países também denunciaram longos períodos de espera em filas para exercer seus votos.

Em Nova York, nos EUA, eleitores aguardaram por horas sob uma forte nevasca e temperaturas abaixo de zero. Alguns ainda se queixaram de informações confusas por parte do consulado equatoriano nos EUA sobre locais de votação.

A Rede de Observadores Eleitorais, ONG argentina que se dedica a estudos e análises sobre processos eleitorais na América Latina, chegou a sugerir que o Conselho Nacional Eleitoral do Equador estenda o prazo de fechamento das urnas por conta dos incidentes de atrasos e filas. O fechamento das urnas está previsto para as 17h, no horário local (19h de Brasília).