Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, vai retirar as denúncias feitas por meio da Lei de Segurança do país contra os presos nas manifestações de outubro-novembro de 2019, segundo anunciou o chefe de comando de campanha, Giorgio Jackson, nesta segunda-feira (20/12). 

“O compromisso é que as queixas sejam retiradas, algo que temos sustentado desde o início da campanha. Isso muda as condições com que o judiciário enfrenta um caso. Não é um detalhe, é algo significativo”, declarou Jackson em entrevista à imprensa local. 

De acordo com ele, o que se busca é “fazer justiça, tem muita gente que cujo julgamento não está em andamento, que está atrasado. Existem outras medidas cautelares que são importantes a partir do levantamento das denúncias feitas pela Lei de Segurança”. 

O chefe da campanha de Boric disse ainda que é preciso “analisar como curar um país, tanto para aquelas pessoas que sofreram destruição durante as manifestações como para outras que estão privadas de liberdade injustamente”. 

Anúncio foi feito por meio do chefe de campanha Giorgio Jackson, que sugeriu a tramitação de uma lei de anistia

José Pereira/Reprodução

Manifestações contra o governo Piñera em 2019 culminou na prisão de ativistas e militantes por meio da Lei de Segurança nacional

Ele também apontou outras medidas que poderiam ser tomadas, como o trâmite de uma lei de anistia: “Pode haver modificações, mas é bom somar na conversa para que não sejam abertas feridas e haja compensação financeira para aquelas pessoas que sofreram os danos. Esperamos unir o Chile, reconhecendo todas as faces de um episódio histórico”.

Jackson acrescentou que o seu partido, Revolução Democrática, manteve encontros com os partidos e organizações do Aprovo Dignidade, sigla de Gabriel Boric, e Novo Pacto Social e “a verdade é que temos que criar um governo com margem de manobra suficiente para que as mudanças se concretizem. O que não podemos fazer é pensar que isso está encapsulado nas organizações que nos apoiaram no primeiro turno”. 

A libertação de presos políticos das manifestações do verão sulista de 2019 foi um dos temas centrais da campanha eleitoral do agora presidente Gabriel Boric.