Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente Donald Trump chega a este dia de eleição (03/11), assim como em 2016, em desvantagem com relação a seu rival, o democrata Joe Biden. Conheça 10 fatos sobre o republicano (e seu governo) que podem influenciar o voto do norte-americano e dar pistas de um eventual segundo mandato.

1. Admitiu ter minimizado a pandemia

No início de setembro, trechos do mais novo livro do jornalista norte-americano Bob Woodward revelaram que o presidente sabia da gravidade do novo coronavírus desde fevereiro, poucos meses após os primeiros casos serem registrados em Wuhan (China) em novembro de 2019. Em entrevista a Woodward, Trump disse que a covid-19 era algo “muito complicado” e “mais mortal” do que outros vírus que causam gripes, mas que resolveu minimizar os riscos da pandemia para “evitar pânico” entre a população.

2. É acusado de assédio sexual 

Ainda durante a campanha de 2016, Trump foi acusado por 15 mulheres de assédio sexual. As declarações vieram após o vazamento de um áudio de 2005 no qual ele diz que, por causa da fama, poderia fazer o que quisesse com as mulheres, inclusive beijá-las e “pegar em suas bocetas”. 

Uma de suas ex-esposas, a ex-modelo Ivana Trump, chegou a usar a palavra “estupro” para descrever uma briga que tiveram em 1989, quando ainda eram casados. Já enquanto presidente, em 2018, a modelo e atriz de filmes eróticos Stormy Daniels acusou Trump de ter tentado comprar seu silêncio sobre um encontro sexual que ambos teriam tido em 2006.

3. Foi apresentador de TV, dono de luta livre e do Miss Universo

O termo magnata é utilizado para descrever Trump com frequência desde os anos 1980. Com postura excêntrica, o presidente já participou de diversos filmes e séries e chegou a comandar o reality show The Apprentice (O Aprendiz), fato que o tornou ainda mais famoso e levou seu nome à calçada da fama de Hollywood.

Empresário que inicialmente começou no ramo imobiliário, Trump já foi dono de um programa de luta livre e do concurso de beleza Miss Universo. 

4. Encerrou a aproximação com Cuba, mas visitou a Coreia do Norte

Um dos fatos mais marcantes da história recente dos Estados Unidos foi a reaproximação do país com Cuba, comandada por Barack Obama. O ex-presidente chegou a visitar Havana e se tornou o primeiro mandatário em exercício a pisar na ilha em 88 anos. Todos esses progressos diplomáticos foram cancelados por Trump, que impôs mais sanções contra Cuba e atacou constantemente a ilha socialista. 

Porém, o republicano protagonizou seu próprio feito histórico similar ao de Obama quando se reuniu com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, na fronteira com a Coreia do Sul. O republicano apertou a mão do chefe de Estado e chegou a cruzar a fronteira, se tornando o primeiro presidente dos EUA a pisar em território norte-coreano.

5. Recusou-se a condenar supremacistas brancos

No último debate presidencial, Biden chegou a chamar Trump de “um dos presidentes mais racistas da história”. Não é para menos. Desde o início de seu mandato, o republicano se recusa a condenar supremacistas brancos e tentou criminalizar movimentos antirracistas e antifascistas.

Em 2017, quando uma marcha de extrema direita organizada por grupos racistas agrediu e atacou manifestantes antirracistas, Trump contemporizou e disse ter visto “violência dos dois lados”. Mais recentemente, em 2020, marchas massivas tomaram o país após a morte de George Floyd por um policial branco. O presidente buscou criminalizar os protestos e o movimento Black Lives Matter e, quando questionado em um dos debates sobre seu apoio a supremacistas brancos, chegou a dizer: “se afaste e espere”.

Empresário, apresentador de TV e chefe de um governo ultraconservador: republicano quer repetir feito de 2016 e vencer pleito contrariando pesquisas

Reprodução

Republicano quer repetir feito de 2016 e vencer pleito contrariando pesquisas

6. Acusado de sonegar impostos

Uma investigação do jornal The New York Times, revelada em setembro, mostrou que o presidente dos EUA, que teria fortuna avaliada em cerca de US$ 2 bilhões, pagou apenas US$ 750 (cerca de R$ 4,1 mil) em imposto de renda federal por ano em 2016 e 2017.

Além disso, Trump não pagou nenhum centavo em imposto de renda em 10 dos 15 anos anteriores. De acordo com o NYT, isso foi possível graças a restituições milionárias e a declarações fiscais que evidenciam muito mais prejuízos e dívidas do que lucros em sua empresa, a Trump Organization. O republicano nega as acusações e diz ter pago “milhões de dólares” em impostos, apesar de não ter divulgado suas declarações de renda.

7. Foi um dos líderes mundiais a testar positivo para covid-19

Um dos líderes mundiais que mais minimizou a gravidade da covid-19, Trump também foi um dos chefes de estado que se contaminou com o novo coronavírus. O anúncio foi feito no dia 2 de outubro e a primeira-dama, Melania Trump, também testou positivo.

O presidente chegou a ficar internado por dois dias no hospital militar Walter Reed, período em que divulgou vídeos com mais mensagens minimizando a gravidade da pandemia. Trump chegou a sair do hospital por alguns minutos para passear de carro e cumprimentar apoiadores. 

Ao retornar à Casa Branca, realizou uma entrada “espetacular” com helicópteros e presença militar, ato condenado por diversos médicos.

8. Quase iniciou um conflito militar com o Irã

Em janeiro de 2020, quando o coronavírus ainda era uma preocupação apenas para a China, Trump ordenou um ataque que matou o general iraniano Qassim Soleimani, fato que desencadeou uma escalada de tensão militar entre as duas nações. O republicano disse que o militar era um “terrorista” e que “deveria ter sido eliminado há anos”.

A reação foi imediata. O povo iraniano lotou as ruas de Teerã para o funeral de Soleimani e o aiatolá Ali Khamenei pediu “vingança”. No dia 7 de janeiro, o Irã bombardeou duas bases militares norte-americanas no Iraque deixando mortos e feridos. O ataque, segundo o líder supremo iraniano, quebrou a imagem de superpotência dos EUA.

9. Reconheceu o deputado Juan Guaidó como presidente da Venezuela

A agressividade de Washington sobre a América Latina na gestão Trump não ficou restrita a Cuba. O republicano foi um dos primeiros líderes mundiais a reconhecer como presidente da Venezuela Juan Guaidó, um deputado de direita que se autoproclamou presidente do país latino-americano em janeiro de 2019. 

Acusado de aliança com narcotráfico, de financiar mercenários para invadir a Venezuela, de roubar ativos venezuelanos no estrangeiro e incitar atos violentos e golpistas contra o governo do presidente Nicolás Maduro, Guaidó foi uma das piores apostas da política externa de Trump. O deputado não conseguir se reeleger presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e decidiu não participar das eleições Legislativas que acontecem no país em 6 de dezembro, se mantendo em atividades paralelas e conspiratórias.

10. Tem um vice mais conservador que ele

Equilíbrio não é um elemento que compõe a chapa de Donald Trump. O vice-presidente Mike Pence chega a estar, por muitas vezes, à direita do presidente. Ex-deputado e ex-governador do estado de Indiana, Pence é membro do movimento Tea Party, ala interna do Partido Republicano reconhecida por posições ultraconservadoras.

Quando foi governador do estado de Indiana, Pence sancionou a Lei de Restauração da Liberdade Religiosa alegando proteção à liberdade de culto. Na prática, a lei permitia que comerciantes se recusassem a atender pessoas homossexuais e até que empresas se negassem a contratar gays sob a justificativa de “ferir sua crença religiosa”. Após protestos, o então governador alterou o texto.

Em seu último ano como governador, antes de desistir da reeleição para compor a chapa presidencial com Trump, Pence ampliou restrições para a prática do aborto legal em Indiana, incluindo uma cláusula que exigia uma cerimônia de cremação ou enterro do feto, independentemente do tempo de gestação e mesmo em casos de abortos espontâneos. A lei foi considerada inconstitucional dois anos depois de o republicano deixar o governo do Estado.