Domingo, 7 de dezembro de 2025
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Um levantamento feito por várias agências da ONU mostra que 811 milhões de pessoas estavam desnutridas no ano passado, representando quase 10% da população global.  As Nações Unidas preveem, além disso, que os efeitos de longo-prazo da pandemia de covid-19 façam com que 660 milhões de pessoas ainda estejam passando fome em 2030. Serão 30 milhões a mais do que um cenário sem o coronavírus.  

O relatório “O Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo”, divulgado no começo desta semana, mostra que no último ano, 46 milhões de pessoas a mais foram afetadas pela fome na África e mais 14 milhões na América Latina e no Caribe. Já na Ásia, 57 milhões de pessoas foram empurradas para essa situação.  

Os números sugerem que será “necessário um esforço enorme para acabar com a fome até 2030”, como está previsto nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs.  

Mais de 30% da população global, ou 2,3 bilhões de pessoas, não têm acesso adequado à comida, o que indica uma situação de insegurança alimentar moderada ou severa. 

660 milhões de pessoas estarão passando fome daqui a nove anos, diz relatório; 2,3 bilhões não têm, hoje, acesso a alimentação adequada

Ocha/Damilola Onafuwa

Covid vai deixar mais gente com fome, diz ONU

Impacto para as crianças  

As crianças pagam um preço alto: mais de 149 milhões de menores de cinco anos de idade não estão crescendo de forma adequada e acima de 45 milhões estão com o peso muito abaixo do esperado.  

Segundo a ONU, 3 bilhões de adultos e de crianças não conseguem comer de forma saudável devido ao custo alto de uma alimentação equilibrada. Já a anemia afeta um terço das grávidas.  

O relatório recém-divulgado é o primeiro do tipo na era pandêmica. Foi publicado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, Ifad, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, pelo Programa Mundial de Alimentos, PMA e pela Organização Mundial da Saúde, OMS.