Terça-feira, 16 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

Três ONGs estrangeiras anunciaram neste domingo (25/12) a suspensão de suas atividades no Afeganistão devido à decisão do Talibã de proibir funcionárias mulheres em entidades internacionais.

Em um comunicado, as ONGs Save the Children, Norwegian Refugee Council e Care International afirmaram que vão suspender seus programas até “que esse anúncio seja esclarecido” e pediram que “homens e mulheres possam igualmente continuar a salvar vidas no Afeganistão“.

“Não podemos efetivamente alcançar crianças, mulheres e homens em necessidade no Afeganistão sem nossas equipes femininas”, ressaltaram as entidades.

No último sábado (24/12), o regime Talibã emitiu uma ordem proibindo mulheres de trabalharem em ONGs estrangeiras, apenas quatro dias depois de os fundamentalistas islâmicos terem banido estudantes do sexo feminino em universidades.

Talibã emitiu apenas quatro dias depois de os fundamentalistas islâmicos terem banido estudantes do sexo feminino em universidades

Twitter/Care International

Em comunicado, ONGS anunciam que vão suspender seus programas até "que esse anúncio seja esclarecido"

O governo afegão ameaçou inclusive suspender as licenças de entidades que não se adequarem à nova regra. O Talibã alega que vinha recebendo “reclamações graves” sobre funcionárias das ONGs que não respeitavam o código de vestimenta islâmico.

O grupo voltou ao poder no Afeganistão em agosto do ano passado, após a caótica retirada das tropas dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e havia prometido ser mais flexível em relação às mulheres.

No entanto, aos poucos começou a implantar medidas cada vez mais rígidas, se reaproximando do regime linha dura que marcou o domínio talibã no país entre 1996 e 2001.

“A União Europeia condena firmemente a recente decisão dos talibãs de proibir mulheres de trabalharem em ONGs nacionais e internacionais”, disse um porta-voz do alto representante da UE para Política Externa, Josep Borrell.