Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Após a confissão da autoria dos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips, que estavam desaparecidos no Vale do Javari, na Amazônia, desde o dia 5 de junho, a Anistia Internacional Brasil afirmou nesta quinta-feira (16/06) que os crimes são “inaceitáveis”, exigindo “justiça, verdade e reparação” para suas famílias.

“Os assassinatos de Bruno Pereira e de Dom Phillips são inaceitáveis, mas não são casos isolados no Brasil. Seguiremos acompanhando as investigações e exigindo a elucidação das circunstâncias que envolveram o desaparecimento e os assassinatos dos defensores de direitos humanos e da Amazônia, bem como a responsabilização de todas as pessoas envolvidas neste crime”, pontuou a organização em nota oficial.

O órgão de direitos humanos ainda exigiu “proteção e liberdade” para “aqueles que protegem os direitos dos povos indígenas e da Amazônia”, afirmando que o Estado brasileiro “tem esse dever”.

Por sua vez, Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil, considerou que as constantes mortes de ambientalistas e defensores dos direitos humanos no Brasil é “consequência de uma política que promove ataques a legislação ambiental, desmantela as instituições de promoção e proteção dos direitos dos povos indígenas e criminaliza as lutas e organizações populares”.

“O governo do presidente Jair Bolsonaro fecha os olhos para os crimes que acontecem na Amazônia. É urgente que se tomem todas as medidas cabíveis para que esse ciclo de violência acabe”, instou Werneck. 

Organização de direitos humanos afirma que governo Bolsonaro ‘fecha os olhos’ para crimes na Amazônia e quem protege os povos indígenas

Twitter/Anistia Internacional Brasil

Orgão de direitos humanos ainda exigiu ‘proteção e liberdade’ para ‘aqueles que protegem os direitos dos povos indígenas e da Amazônia’

Leia a nota da Anistia Internacional Brasil na íntegra:

É com imenso pesar que a Anistia Internacional Brasil recebe a notícia de falecimento de Bruno Pereira e Dom Phillips. Nos unimos às famílias de Bruno Pereira e Dom Phillips, suas companheiras Beatriz e Alessandra, aos integrantes do Observatório dos Povos Indígenas (OPI) e da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA) em solidariedade pela morte do indigenista brasileiro e do jornalista britânico.

Os assassinatos de Bruno Pereira e de Dom Phillips são inaceitáveis, mas não são casos isolados no Brasil. Seguiremos acompanhando as investigações e exigindo a elucidação das circunstâncias que envolveram o desaparecimento e os assassinatos dos defensores de direitos humanos e da Amazônia, bem como a responsabilização de todas as pessoas envolvidas neste crime. A Amazônia tem que ser segura para todos e todas. Nós da Anistia Internacional Brasil exigimos proteção e liberdade no exercício de defesa dos direitos dos povos indígenas e no direito à liberdade de imprensa em todo o Brasil.  

Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil comenta sobre os assassinatos de Bruno e Dom:

“O Brasil é um dos países que mais mata ambientalistas e defensores de direitos humanos em todo o mundo, e esta realidade é consequência de uma política que promove ataques a legislação ambiental, desmantela as instituições de promoção e proteção dos direitos dos povos indígenas e criminaliza as lutas e organizações populares”.

“A Anistia Internacional Brasil exige justiça para Bruno e Dom. Suas famílias devem ter acesso à verdade e à reparação. A sociedade brasileira precisa ver o fim da impunidade e do esvaziamento das políticas públicas que promovem e garantem direitos. O governo do presidente Jair Bolsonaro fechar os olhos para os crimes que acontecem na Amazônia, nem ser conivente com eles. É urgente que se tomem todas as medidas cabíveis para que esse ciclo de violência na Amazônia acabe. Quem protege aqueles que protegem os direitos dos povos indígenas e da Amazônia? É o Estado brasileiro que tem esse dever”.