Sexta-feira, 12 de dezembro de 2025
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O Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA), afirmou em nota emitida na última terça-feira (28/06), que, devido aos cortes nos fundos de assistência alimentar, mais de 19 milhões de pessoas no Iêmen deixarão de receber ajuda.

Realizado devido aos cortes nos fundos de ajuda humanitária da organização, o comunicado também informa que o país atingiu o nível mais alto de fome desde 2015, em que 160.000 iemenitas estão “à beira da fome”.

“Os cortes de financiamento estão prejudicando nossa capacidade de ajudar as pessoas necessitadas. Em dezembro, o Programa Mundial de Alimentos foi forçado a reduzir a ajuda alimentar devido a lacunas de financiamento”, afirmou a nota.

A UNOCHA também anunciou que “outra rodada” de cortes aconteceu no mês de maio, fazendo com que mais de 13 milhões de iemenitas recebessem menos da metade de suas necessidades alimentares diárias.

Na nota emitida, a organização informou ainda que o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) poderá suspender, em julho, o apoio a 50 mil crianças com má-nutrição severa, bem como o apoio à saúde materno-infantil, que abrange mais de dois milhões de crianças e 100 mil mulheres.

Segundo agência da ONU, país atingiu nível mais alto de fome desde 2015, em que 160.000 iemenitas estão 'à beira da fome'

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Segundo ONU, crise global de fome coloca uma criança em desnutrição grave a cada minuto em países que sofrem com a escassez de alimentos

Também pelos cortes orçamentários, a iniciativa das Nações Unidas anunciou que a Unicef poderá igualmente suspender o trabalho que ajuda a garantir água potável e saneamento básico a 3,6 milhões de iemenitas.

Ajuda humanitária

Por sua vez, na quinta-feira (23/06), a Unicef pediu uma ajuda humanitária de US$ 1,2 bilhão para “atender às necessidades urgentes de 8 milhões de crianças menores de cinco anos em risco de morte por definhamento grave”. 

Segundo a agência, a crise global de fome coloca uma criança em desnutrição grave a cada minuto em países que sofrem com a escassez de alimentos, como na região do Chifre da África e no Sahel.  

A organização, que apela ajuda para os líderes da Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido – em encontro na cúpula do G7 em Berlim – argumenta que o aumento dos preços dos alimentos, a seca persistente devido às mudanças climáticas, conflitos e guerras, e o impacto econômico da pandemia “continuam a aumentar a insegurança alimentar e nutricional das crianças em todo o mundo”, resultando em “níveis catastróficos” de desnutrição grave.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância ainda explica que o emagrecimento severo é a forma mais visível e letal de desnutrição. No entanto, “o sistema imunológico também fica enfraquecido”, o que aumenta o risco de morte entre crianças menores de cinco anos em até 11 vezes em comparação com crianças bem nutridas. 

(*) Com AbrilAbril e ONUNews