Trump sinaliza reunião com Lula e condiciona redução de tarifas às ‘circunstâncias corretas’
Sem fornecer detalhes sobre exigências para negociação, presidente dos EUA pode se encontrar com brasileiro amanhã (26)
Atualizaçõa às 17h54
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste sábado (25/10) que planeja se reunir com o líder brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, neste fim de semana na Malásia.
“Acho que nos encontraremos, sim”, disse o republicano a jornalistas presentes na aeronave AirForce 1, a caminho da Ásia.
Questionado sobre a possibilidade de reduzir as tarifas impostas ao Brasil, o líder norte-americano respondeu que apenas “sob as condições certas”, sem fornecer mais detalhes.
Segundo o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, Trump explorará maneiras de ‘resolver questões bilaterais’, incluindo o comércio, na reunião Lula.
O representante norte-americano também afirmou que o governo do presidente Lula deve “escolher” entre EUA e China como o parceiro comercial preferencial do Brasil. “Achamos que, a longo prazo, é benéfico para o Brasil nos tornar seu parceiro de escolha e comércio, em vez da China”, disse.
Já Lula, em breve declaração a jornalistas, mostrou otimismo com o possível encontro e garantiu que não existem exigências de nenhum dos lados.

Antes da fala de Trump, nem a Casa Branca ou o governo brasileiro haviam sinalizado encontro
Official White House Photo by Daniel Torok
“Eu trabalho com otimismo que a gente possa encontrar uma solução. Não há exigência e não tem minha ainda. Vamos colocar na mesa os problemas e tentar achar uma solução”, afirmou.
Na última sexta-feira (24/10), o brasileiro indicou a intenção de debater o tarifaço dos EUA contra o Brasil, mas reconheceu que é difícil alcançar consensos imediatos sobre o tema. “Se eu não acreditasse que fosse possível um acordo, eu não participaria da reunião. Ainda que o acordo não seja fechado depois de amanhã, ele será construído pelos negociadores”.
Os dois presidentes estarão presentes em reuniões com líderes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). Caso a cúpula entre Lula e Trump ocorra no domingo (26/10), será a primeira vez que os presidentes se reunirão após a crise provocada pelas tarifas de 50% aplicadas por Washington a produtos do Brasil.
Antes da fala de Trump, nem a Casa Branca nem o governo brasileiro haviam confirmado oficialmente o encontro. A confirmação do presidente americano reforça a expectativa de um diálogo direto entre Washington e Brasília sobre questões econômicas e diplomáticas que têm provocado tensão nas últimas semanas.
O encontro ocorre em um momento em que o governo brasileiro tenta ampliar a cooperação internacional e reduzir barreiras comerciais impostas a seus produtos, especialmente no setor agrícola. Para o Itamaraty, a eventual flexibilização das tarifas seria um passo importante para reequilibrar as relações econômicas entre os dois países.
Além da questão tarifária, Lula afirmou na última sexta-feira (24/10) que pode abordar os ataques norte-americanos no Caribe e as ameaças contra a Venezuela durante a reunião com o republicano.
Lula ainda afirmou que pretende abordar as sanções dos EUA contra os ministros do STF. “A tese de que não há direitos humanos no Brasil porque se está perseguindo um ex-presidente não tem nenhuma veracidade. Quem comete crime no Brasil é julgado e, se for culpado, é punido”, destacou Lula, em resposta aos argumentos utilizados por Trump para aplicar a Lei Magnitsky, vigente nos EUA, contra o ministro Alexandre de Moraes.
Entre os temas que Lula acredita que podem se tornar pauta da conversa, também estão o genocídio promovido por Israel em Gaza, a guerra na Ucrânia, os materiais críticos e terras raras.
(*) Com Ansa, Brasil247, Brasil de Fato e informações de CNN Brasil























