Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A reunião entre o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump deve ocorrer na Malásia, segundo fontes diplomáticas ouvidas pela TV Globo.

Já de acordo o portal norte-americano Bloomberg, o encontro não deve ocorrer nem no Brasil, nem nos Estados Unidos, mas sim em um terceiro, com a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), marcada para este mês, surgindo como a principal opção.

A reunião da ASEAN, que acontecerá na Malásia a partir de 26 de outubro, é vista pelo governo brasileiro como uma oportunidade estratégica para um diálogo em terreno neutro, de acordo com a publicação.

A Casa Branca confirmou que as conversas sobre o possível encontro estão em andamento. E embora Trump ainda não tenha confirmado oficialmente sua participação na cúpula da ASEAN, é esperado que ele viaje à Malásia como parte de uma agenda na Ásia, que inclui também visitas ao Japão e à Coreia do Sul.

Lula, por sua vez, seguirá para a Malásia, onde participará da cúpula da ASEAN como convidado, após visita de Estado à Indonésia, parte de seus esforços para ampliar laços comerciais com a região.

Fontes do governo brasileiro afirmam que Lula considera o encontro com Trump uma prioridade máxima. No entanto, o presidente busca garantir que a reunião tenha resultados concretos e está reunindo dados e informações para apresentar ao norte-americano.

Apesar da crise diplomático, breve encontro entre Lula e Trump durante Assembleia Geral da ONU abriu espaço para retomada do diálogo.
Ricardo Stuckert / PR

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou que já conversou com assessores de Trump sobre a possibilidade de um encontro. “Pode ser uma ligação telefônica, uma videochamada, assim como um encontro em um momento específico em que ambos estejam presentes no mesmo evento internacional”, declarou Vieira em audiência no Congresso. Ele acrescentou que, por enquanto, não há planos de visita de Trump à Brasília ou de Lula a Washington.

Ademais, na última terça-feira (30/09), o vice-presidente Geraldo Alckmin conversou com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick. A ligação telefônica abordou as possíveis medidas que o Brasil pode tomar como resposta ao tarifaço dos EUA, ressaltando a preferência por diálogo e negociação.

Em meio aos acenos em relação a um encontro entre os líderes, integrantes do governo brasileiro defendem que uma ligação poderia “amaciar o terreno para um encontro mais proveitoso com Trump”, segundo as fontes da TV Gobo.

Diante da possibilidade de um encontro entre Lula e Trump, a Câmara de Comércio Exterior do Brasil (Camex) também decidiu adiar por 30 dias a entrega do relatório que analisa a aplicação da chamada lei da reciprocidade contra os Estados Unidos.

As relações bilaterais se deterioraram nos últimos meses, após Trump impor tarifas de 50% sobre diversos produtos brasileiros e sancionar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida foi uma forma de pressionar contra o julgamento que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022) por tentativa de golpe.

Apesar da crise, um breve encontro dos mandatários durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, abriu espaço para a retomada do diálogo. Na ocasião, Trump afirmou que ele e Lula tinham “boa química” e que estavam dispostos a discutir as diferenças em uma reunião mais extensa.

(*) Com Brasil247 e informações de G1