‘Muito proveitosa’, avalia governo brasileiro após reunião com México; acordos foram firmados
Vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, forneceu detalhes sobre negociações comerciais como no agronegócio e indústria
O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, avaliou como positiva a visita oficial ao México, encerrada nesta quinta-feira (28/08). O último compromisso e ponto alto da viagem foi uma audiência com a presidenta mexicana, Claudia Sheinbaum, no Palácio Nacional.
“Convidei a presidenta Claudia para a COP30, em Belém, no mês de novembro. Falamos de multilateralismo, fortalecimento da democracia, inclusão e combate à fome. Então, foi uma conversa muito proveitosa”, destacou Alckmin em uma entrevista coletiva pouco antes de embarcar de volta a Brasília.
Tive a honra de concluir nossa visita ao México me reunindo com a presidenta @Claudiashein. Seguindo a orientação do presidente @LulaOficial, iniciamos os trabalhos para, nos próximos 12 meses, ampliarmos nosso comércio e nossos investimentos, fortalecendo ainda mais os laços… pic.twitter.com/lZYEW2XPuh
— Geraldo Alckmin ?? (@geraldoalckmin) August 29, 2025
Brasil e México são as duas maiores economias da América Latina e possuem uma corrente de comércio que somou US$ 13,6 bilhões (cerca de R$ 73 bilhões) em 2024. Um dos objetivos da viagem foi tentar ampliar negociações comerciais em setores estratégicos, como agronegócio e indústria.
Acordos firmados
Acompanhado por empresários, pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, o vice-presidente anunciou a assinatura de acordos para abertura de novos mercados entre os países.
Alckmin destacou que Brasil e México se comprometeram a aumentar os investimentos recíprocos e a corrente de comércio bilateral, além de atualizar e ampliar dois acordos econômicos assinados em 2002.
“É bom esclarecer que em nenhum momento se pensou em ter livre comércio. Livre comércio nós temos no Mercosul, que é um tratado, então você tem ali o livre comércio e união aduaneira. O que nós estamos trabalhando com o México é atualizar, ampliar o acordo de comércio exterior de investimento chamado Acordo de Complementação Econômica nº 53 e nº 55.”
Segundo o governo federal, o México é o sexto destino das exportações brasileiras, o décimo na origem das importações e o sétimo na corrente de comércio. Atualmente, o México é o segundo maior comprador de carne bovina brasileira.

Brasil e México são as duas maiores economias da América Latina e possuem corrente de comércio que somou US$ 13,6 bilhões (cerca de R$ 73 bilhões) em 2024
Jessica Ramírez / Presidencia
Assim, Alckmin explicou que o Brasil vai atender uma exigência do país parceiro de rastreabilidade de produtos oriundos da agropecuária sem cessar as exportações. Mas também solicitou ao México a continuidade dos incentivos do Pacote contra a Inflação e a Escassez, conhecido como Pacic, na sigla em espanhol, que facilita a compra de alimentos pelo Brasil.
“Eles têm uma exigência de que haja uma rastreabilidade individual. Nós vamos cumprir a rastreabilidade, mas com um cronograma. Queremos que a venda do produto brasileiro não seja interrompida enquanto o Brasil caminha na rastreabilidade. Então, isso ficou bem acordado”, esclareceu.
Quanto aos novos mercados, o Brasil vai comprar pêssego, aspargo e derivados de atum do México e exportar ração para suínos e bovinos.
Também foram assinados acordos nas áreas de vigilância sanitária para a aprovação de novos fármacos e na área de pesquisa sobre arboviroses, que incluem troca de experiências no desenvolvimento de vacinas, como a da dengue, em que o Brasil está em estágio avançado.
Outro destaque da agenda, segundo o vice-presidente, foi o avanço dos negócios da Embraer no México. A empresa brasileira fechou a venda de 20 aeronaves das famílias de jatos E190 e E195 para a companhia estatal Mexicana de Aviación, a maior do país.
Segundo o vice-presidente, o governo também ofereceu a possibilidade de abrir negócios no setor militar, com a venda do cargueiro KC-390, também fabricado pela Embraer, uma aeronave multimissão com capacidade para transportar até 26 toneladas, realizar reabastecimento aéreo e atuar em missões como busca e salvamento e ajuda humanitária.
“A Embraer está presente no México, tem aqui fábrica de componentes com mais de mil colaboradores”, destacou Alckmin. “Colocamos a pretensão de oferecer o cargueiro KC-390. Não foi resolvido, mas ficou o pleito brasileiro com todos os argumentos favoráveis”, finalizou.
(*) Com Agência Brasil























