Sábado, 6 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

O Itamaraty confirmou nesta segunda-feira (17/12) a Opera Mundi que convidou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para a posse do presidente eleito Jair Bolsonaro, sob orientação do novo governo, mas que voltou atrás após um pedido da própria equipe de transição.

“Toda a organização da posse é feita em coordenação com o governo eleito. Os atos são formalizados pelo governo atual (até primeiro de janeiro de 2019, como previsto na Constituição), após consulta à equipe que assumirá na ocasião. Inicialmente, o Itamaraty recebeu do governo eleito a recomendação de que todos os chefes de Estado e de Governo dos países com os quais mantemos relações diplomáticas deveriam ser convidados e assim foi providenciado. Em um segundo momento, foi recebida a recomendação de que Cuba e Venezuela não deveriam mais constar da lista, o que exigiu uma nova comunicação a esses dois governos”, afirmou, em nota.

No domingo (17/12), o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, afirmou que o presidente Nicolás Maduro havia sim sido convidado pelo Itamaraty, mas que havia declinado.  A declaração veio pouco tempo depois de o futuro chanceler de Bolsonaro, Ernesto Araújo, dizer que o venezuelano não teria sido convidado. “Em respeito ao povo venezuelano, não convidamos Nicolás Maduro para a posse do PR Bolsonaro. Todos os países do mundo devem deixar de apoiá-lo e unir-se para libertar a Venezuela”, escreveu Araújo.

No entanto, também pelo Twitter, Arreaza publicou dois documentos que comprovam o convite feito ao governo venezuelano. Uma das cartas é do próprio ministério das Relações Exteriores do Brasil que afirma que “o governo brasileiro tem a honra de convidar para as cerimônias de posse presidencial o chefe de estado ou de governo desse país”.

O outro documento, que data do dia 29 de novembro, foi redigido pela embaixada brasileira na Venezuela. “Nesse sentido, a embaixada tem a honra de transmitir o convite do governo brasileiro a sua excelência, o senhor Nicolás Maduro Moros, presidente da República Bolivariana da Venezuela, a assistir à cerimônia de posse na capital brasileira”, diz a carta.

Segundo o chanceler venezuelano, Caracas rejeitou o convite feito pelo Itamaraty, e disse que “o presidente Nicolás Maduro jamais considerou assistir à posse de um governo como o de Jair Bolsonaro”. “O governo socialista, revolucionário e livre da Venezuela jamais assistiria a posse de um presidente que é a expressão da intolerância, do fascismo e da entrega a interesses contrários aos da integração latino-americana e caribenha”, diz um documento divulgado por Arreaza.

Bolsonaro também se manifestou no domingo sobre os convites para sua posse, dizendo que Maduro “não recebeu [convite] e nem vai receber. Nem ele, nem o ditador que substituiu Raúl Castro”, disse o presidente eleito, em referência ao governo do mandatário cubano, Miguel Díaz-Canel.

Itamaraty diz que, inicialmente, havia orientação para chamar todos os chefes de Estado com quem Brasil tem relações, mas governo eleito pediu para que recomendação fosse alterada

Flickr

Segundo o chanceler venezuelano, "o presidente Nicolás Maduro jamais considerou assistir à posse de um governo como o de Jair Bolsonaro"