Europa não se comprometerá com sanções dos EUA contra Irã, diz Macron
Em discurso na Assembleia Geral da ONU, presidente da França disse que 'mundo não pode ser dominado pela rivalidade entre EUA e China'
No último discurso da 75ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) desta terça-feira (22/09), o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que a França e seus aliados europeus – Alemanha e Reino Unido – “não farão concessões” sobre as sanções dos Estados Unidos contra o Irã.
“A França, com seus parceiros da Alemanha e Reino Unido, manterá sua exigência de aplicação plena e total do Acordo de Viena de 2015” sobre o programa nuclear iraniano, afirmou o francês.
Macron atacou a política de “pressão máxima” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizendo que ela falhou em conter a interferência de Teerã na região ou garantir que não iria adquirir uma arma nuclear.
“Não vamos comprometer a ativação de um mecanismo que os Estados Unidos, depois de sair do acordo, não estão em posição de ativar por conta própria”, acrescentou.
“Isso prejudicaria a unidade do Conselho de Segurança, a integridade de suas decisões e correria o risco de agravar ainda mais as tensões na região”, alertou.
O governo norte-americano diz que está “retirando” todas as sanções da ONU contra o Irã impostas sob o acordo nuclear com Teerã, negociado pelo ex-presidente dos EUA Barack Obama, mas que Trump abandonou.
Washington, no entanto, defende que pode impor novamente as sanções porque ainda é um “participante” do acordo, uma posição denunciada pela Europa.

Elyseé
Em discurso na Assembleia Geral da ONU, presidente da França disse que ‘mundo não pode ser dominado pela rivalidade entre EUA e China’
Neste ano, por causa da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), os líderes mundiais enviaram vídeos com seus discursos gravados. Na sua gravação, Macron afirmou ter certeza de que, em breve, uma cura para a covid-19 será descoberta, mas enquanto isso a humanidade terá que aprender a “conviver com o vírus”.
Além disso, ele disse que o mundo não pode ficar à mercê da rivalidade entre os Estados Unidos e a China. “O mundo não deve ser dominado pela rivalidade entre a China e os Estados Unidos, não importa o peso dessas duas grandes potências”, enfatizou Macron, apelando para a comunidade internacional “construir novas alianças”.
O chefe de Estado da França reafirmou que a pandemia de covid-19 enfatizou a necessidade das nações se unirem para trabalhar de novas maneiras.
“Nesta crise, mais do que qualquer outra, exige cooperação”, disse. “Temos que aprender a conviver com o vírus. O mundo tem que aprender a conviver com essa nova realidade”.
*Com ANSA























