Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O departamento de Estado norte-americano ordenou nesta quarta-feira (15/05) a saída de todos os funcionários considerados não emergenciais da embaixada em Bagdá e do consulado em Erbil, em um momento de tensão crescente entre Estados Unidos e o Irã, vizinho do Iraque. Apenas os serviços de urgência continuarão funcionando.

A decisão foi tomada após uma visita surpresa do secretário de Estado Mike Pompeo a Bagdá, há uma semana, motivada por informações fornecidas pela Inteligência dos Estados Unidos de que as milícias xiitas pró-iranianas têm implantado lançadores de foguetes nas proximidades de bases norte-americanas no Iraque, segundo fontes próximas aos serviços de segurança iraquianos.

“A mensagem dos norte-americanos era clara, eles queriam garantir que o Iraque impedisse que esses grupos ameaçassem os interesses do país”, disse um alto funcionário do Exército iraquiano sobre a viagem de Pompeo.

EUA aumentam pressão

O governo norte-americano aumentou a pressão sobre o Irã nos últimos dias: Washington acusou Teerã de planejar ataques “iminentes” na região e reforçou a sua presença militar no Golfo.

Por sua vez, o Exército alemão e o holandês anunciaram também nesta quarta-feira a suspensão até nova ordem de suas operações de treinamento militar de iraquianos, devido ao risco provocado pelas recentes tensões com o Irã na região.

O porta-voz dos alemães falou de “uma maior vigilância” de seus militares no país, sem descartar a retomada dos exercícios de treinamento “nos próximos dias”, se a situação permitir. A decisão foi tomada pelo exército alemão junto com outros países que treinam militares na região, acrescentou ele. Os alemães contam atualmente com 160 soldados no Iraque, onde treinam soldados, e também no Curdistão iraquiano.

A Holanda afirmou que deseja limitar as “ameaças” aos cerca de 50 instrutores militares que mantém na região.

Guerra de nervos

Os Estados Unidos e seus aliados também suspeitam que o Irã esteja por trás dos atos de “sabotagem” que visaram no fim de semana os últimos quatro navios nos Emirados Árabes Unidos, mas também do ataque de drones nesta terça-feira (14/05), liderado pelo movimento xiita iemenita Houthi contra as instalações petrolíferas na Arábia Saudita.

Após estes dois incidentes, o Comando Central do Exército dos EUA anunciou na terça-feira à noite que seus 5.200 soldados no Iraque haviam sido alertados para “possíveis ameaças iminentes”.

Decisão foi tomada após uma visita surpresa do secretário de Estado Mike Pompeo ao Iraque

Wikicommons

Embaixada dos EUA em Bagdá, no Iraque