Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu no Palácio do Planalto nesta sexta-feira (03/05) o primeiro-ministro do Japão, Fumiu Kishida, onde assinaram acordos relacionados ao meio ambiente, economia e segurança.

O primeiro acordo assinado foi entre os ministérios da Agricultura e Pecuária e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar do Brasil, a Embrapa e a Agência de Cooperação Internacional do Japão. O memorando trata da cooperação mútua no campo da agricultura e melhoria de terras degradadas para segurança alimentar e a mitigação do aquecimento global.

Com essa assinatura, o Japão se tornará o primeiro país a colaborar com o programa brasileiro de conversão de pastagens degradadas em sistemas sustentáveis de produção agropecuária e florestal. A meta é recuperar 40 milhões de hectares ao longo dos próximos dez anos.

O segundo trata de segurança cibernética e foi assinado entre o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência e o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão.

A Apex Brasil e a Organização para o Comércio Exterior do Japão também firmaram entendimento para promoção de parcerias e investimentos, especialmente em áreas relacionadas à inovação.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil e o Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão ainda anunciaram a assinatura de recente acordo sobre cocriação industrial.

Ao celebrar os acordos assinados e destacar as possibilidades de parcerias entre os dois países, Lula aproveitou para reforçar a histórica reivindicação do Brasil para participar do mercado de carne bovina do Japão.

Com a agenda estendida do premiê japonês até o próximo sábado (04/05), Lula disse ao vice-presidente Geraldo Alckmin, que acompanhará o líder em um encontro com empresários japoneses e brasileiros, para que o “leve para comer um churrasco no melhor restaurante de São Paulo”.

Palácio do Planalto/Flickr
Esforço do presidente brasileiro também decorre do fluxo de comércio entre Brasília e Tóquio

“Para que na semana seguinte ele comece a importar a nossa carne, para poder gerar mais desenvolvimento. A nossa carne é de qualidade e é mais barata do que a carne que vocês compram. Eu nem sei o preço, mas tenho certeza que a nossa é mais barata e de qualidade extrema”, acrescentou Lula sobre o interesse brasileiro em entrar no comércio.

O esforço do presidente brasileiro também decorre do fluxo de comércio entre Brasília e Tóquio. “Já tivemos entre Brasil e Japão fluxo de comércio de quase US$18 bilhões e hoje caiu para US$11 bilhões. É pouco.”, argumentou Lula.

Além dos acordos assinados entre os dois mandatários, 36 acordos entre empresas brasileiras e japonesas serão assinados no contexto da visita do primeiro-ministro ao Brasil, que vem acompanhado de uma comitiva de centenas de empresários do país asiático. “Ao levar em consideração o potencial, muitas iniciativas ainda podem ser esperadas”, disse Fumiu Kishida. “Esses memorandos se tornarão dispositivos de estímulos para elevar as relações bilaterais de Brasil e Japão a outro nível”, acrescentou o chefe do governo japonês.

Lula deve visitar Japão em 2025

Em 2025, serão comemorados 130 anos das relações diplomáticas entre Brasil e Japão, e Lula declarou que aceitou o convite do primeiro-ministro para visitar o país asiático, onde já esteve durante seu terceiro mandato por causa da Cúpula do G7 em Hiroshima, em maio do ano passado.

Na ocasião, os dois países adotaram a política de isenção de vistos para visitas de até 90 dias, vigente desde setembro de 2023.

O Brasil conta com a maior população nipo-descendente fora do Japão, estimada em mais de 2 milhões de pessoas, e o Japão abriga a quinta maior comunidade brasileira no exterior, com cerca de 211 mil nacionais.

Quanto à população brasileira, Fumiu Kushida também prestou solidariedade aos moradores do Rio Grande do Sul, que vem sendo atingido por tempestades e enchentes desde o início da semana.

O último balanço da Defesa Civil local registrava 37 mortes e 74 pessoas desaparecidas, além de 74 feridos. São 235 municípios afetados e 23.598 pessoas desalojadas.

(*) Com Agência Brasil