Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O músico canadense-americano Neil Young, que há anos critica Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, lançou na última quinta-feira (28/08), a canção “Big Crime“, ou “Grande Crime”. As informações são do jornal britânico Guardian.

O cantor já havia processado o magnata pelo uso de suas músicas em comícios eleitorais — ação posteriormente retirada — e o chamou de “o pior presidente da história do nosso grande país”.

Agora, Young amplia as críticas na nova faixa, publicada em seu canal no YouTube. Gravada durante a passagem de som de um show na Northerly Island, em Chicago, a música conta com sua banda Chrome Hearts.

“Há grande crime em Washington, na Casa Branca”, canta Young no refrão, em referência às dificuldades legais enfrentadas por Trump e como comentário sobre a atual repressão na capital norte-americana; no início de agosto, Trump declarou “emergência criminal” em Washington, tendo assumido o controle da força policial da cidade e enviando tropas da Guarda Nacional.

O presidente dos EUA afirmou que a medida visava “conter o aumento precipitado da violência”.

No entanto, em janeiro, o departamento de polícia de Washington havia anunciado que a cidade registrara o menor índice de criminalidade em 30 anos.

Neil Young foi naturalizado cidadão norte-americano em 2020, ano em que classificou Trump como 'uma desgraça para o meu país' <br / > YouTube

Neil Young foi naturalizado cidadão norte-americano em 2020, ano em que classificou Trump como ‘uma desgraça para o meu país’
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“Não precisamos de regras fascistas / não queremos escolas fascistas / não queremos soldados andando pelas ruas”, canta Young. “Temos que tirar os fascistas / temos que limpar a Casa Branca… chega de dinheiro para os fascistas, os bilionários fascistas.”

Em tom de sátira ao slogan trumpista Make America Great Again, o músico acrescenta: “Chega de ‘grande de novo’.”

Outras críticas a Donald Trump

Young já havia criticado Trump em outras composições: em 2020, adaptou sua música Lookin’ for a Leader, de 2006, acrescentando versos sobre o então presidente.

“A América tem um líder construindo muros ao redor da nossa casa / que não sabe que vidas negras importam e precisamos tirá-lo no voto”, caracterizando-o como “assustado com a própria sombra”, cantou na época.

Na versão original, lançada durante o governo George W. Bush, Young clamava por “alguém que seja íntegro e forte / para nos guiar para fora da desolação e de um mundo arruinado” e citava Barack Obama como opção.

Trump utilizou a música Rockin’ in the Free World ao anunciar sua candidatura em 2015, interpretando seu refrão como hino patriótico, embora a letra descrevesse o colapso social na era Reagan.

Na época, Young declarou apoio a Bernie Sanders, e Trump deixou de usar a canção, dizendo que “não gostava tanto assim dela”.

Naturalizado cidadão norte-americano em 2020, ano em que classificou Trump como “uma desgraça para o meu país”, Young já manifestou preocupação com possíveis represálias às suas críticas.

“Quando eu for tocar na Europa, se falar sobre Donald J. Trump, posso ser um daqueles que, ao voltar aos Estados Unidos, será barrado ou jogado na prisão para dormir no chão de cimento com um cobertor de alumínio”, escreveu em seu site neste ano.