Quarta-feira, 17 de dezembro de 2025
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O ministro de Saúde Pública do Equador, Rodolfo Farfán, renunciou ao cargo nesta sexta-feira (19/03), apenas 18 dias depois de assumir.

O médico cirurgião alega motivos “estritamente pessoais” para deixar a pasta. No entanto, a decisão acontece horas depois da revelação de uma suposta lista de vacinas “VIP”, um esquema que oferecia o imunizante contra o novo coronavírus a empresários e representantes do governo.

Seriam 8 mil doses aplicadas de maneira irregular ao ministro de Defesa Oswaldo Jarrín, assessores pessoais do presidente Lenín Moreno e à primeira-dama, Rocío González. 

O governo reconheceu que a esposa de Lenin Moreno e outros dez funcionários furaram a fila da vacinação por estar em contato direto com o presidente. A lista também incluía jornalistas e o ex-presidente Osvaldo Hurtado. 

As denúncias de desvio dos imunizantes também foram o motivo da renúncia do antigo ministro de Saúde, Juan Carlos Zevallos, que abandonou o cargo e o país no dia 26 de fevereiro com destino a Miami, nos Estados Unidos.

Reportagens investigativas acusam que desde janeiro o governo facilita o acesso do imunizante a funcionários e empresários da sua base de apoio. 

Há uma semana, um vídeo que circula em redes sociais divulgou um dia de vacinação “VIP” a 560 pessoas do Rottary Club da cidade de Samborondón, na província de Guayas, uma das mais afetadas pela pandemia.

Vacinação 'VIP' desviou oito mil doses para empresários e representantes do governo; esquema já derrubou dois ministros

Reprodução

Segundo o ministério, o país possui 313 mil doses de vacinas de distintos laboratórios

A Justiça equatoriana havia intimado o Ministério da Saúde a oferecer a lista completa das pessoas que já haviam sido vacinadas, num prazo de até 15 dias. Farfán se negou a cumprir com a medida que vencia hoje.

Há dois dias, uma equipe da Procuradoria Geral da República havia revistado a sede do ministério para encontrar as listas completas de imunização. 

A vice-presidente María Alejandra Muñoz assegurou que todas as informações sobre o processo de vacinação no país já foram entregue às autoridades. “Consideraram que não demos toda [as informações] e saíram para buscar”, declarou.

Segundo o ministério, o país possui 313 mil doses de vacinas de distintos laboratórios, cerca de 1,5% do total contratado, e já imunizou 121 mil cidadãos.

As primeiras doses da Pfizer foram recebidas no dia 20 de janeiro, mas somente nesta semana o site do plano de vacinação para a inscrição de idosos foi habilitado.