Quarta-feira, 17 de dezembro de 2025
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo nesta quarta-feira (17/03) para o mandatário dos Estados Unidos, Joe Biden, convocar uma reunião de emergência do G20 para discutir a distribuição global de vacinas contra a covid-19.

A declaração foi dada em entrevista à CNN norte-americana, em meio à lentidão das campanhas de imunização na maior parte do mundo, especialmente nas nações mais pobres.

“Mas uma sugestão que eu queria fazer ao presidente Biden através do seu programa: é importante convocar um G20 urgente. É importante convocar os principais líderes do mundo e colocar na mesa um único tema: vacina, vacina e vacina!”, declarou.

O ex-presidente também comentou sobre imunizantes da AstraZeneca que estão estocadas nos EUA, mas que ainda não têm autorização no país, que usa as fórmulas da Pfizer, Moderna e Janssen e já imunizou  mais de 73 milhões de pessoas com pelo menos uma dose.

“Eu estou sabendo que os Estados Unidos têm vacina, que os Estados Unidos não tá usando essa vacina. Essa vacina poderia ser, quem sabe, doada ao Brasil ou a outros países mais pobres que o Brasil e que não podem comprar”, disse Lula.

Lula ainda afirmou que não acreditar no governo de Jair Bolsonaro e que também não pediria a mesma coisa para Donald Trump. “Mas o Biden é um sopro de um novo respiro para a democracia”, declarou.

Atualmente, a presidência rotativa do G20 é ocupada pela Itália, a quem cabe, em teoria, convocar reuniões extraordinárias do grupo. A próxima cúpula do G20 está marcada para 30 e 31 de outubro, em Roma.

Em entrevista à CNN norte-americana, ex-presidente disse que EUA poderiam doar vacinas estocadas ao Brasil ou a 'outros países mais pobres'

Ricardo Stuckert

‘Biden é um sopro de um novo respiro para a democracia’, declarou o petista

Candidato em 2022

Ainda na entrevista à emissora, Lula afirmou que sua prioridade é salvar o país do novo coronavírus, mas declarou que não negará convite para ser candidato à Presidência em 2022. Segundo o petista, se for escolhido e estiver bem de saúde, será candidato.

“Se, quando chegar o momento de disputar as eleições, o meu partido e os outros partidos aliados entenderem que eu posso ser o candidato, e se eu estiver bem de saúde com a energia que eu tenho hoje, eu não negarei o convite”, disse.

Lula está novamente elegível após o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anular todos os atos processuais da Lava Jato de Curitiba (PR) contra o ex-presidente. 

Carta a Bolsonaro

Após a entrevista de Lula à CNN, a Secretaria de Comunicação do governo (Secom) divulgou nesta quinta-feira (18/03) o conteúdo de uma carta enviada por Biden a Bolsonaro em 26 de fevereiro.

Segundo a Secom, que não revelou o documento na íntegra, o presidente dos EUA “saudou a oportunidade para que ambos os países unam esforços, tanto em nível bilateral quanto em fóruns multilaterais, no enfrentamento aos desafios da pandemia”.

Além disso, de acordo com o governo federal, Biden disse estar pronto para “trabalhar em estreita colaboração” com o Brasil e destacou que os dois países têm uma “trajetória de luta pela independência, defesa de liberdades democráticas e religiosas, repúdio à escravidão e acolhimento da composição diversa de suas sociedades”. 

(*) Com Ansa.