Quarta-feira, 17 de dezembro de 2025
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Gana recebeu nesta quarta-feira (24/02) o primeiro lote mundial de vacinas financiadas pelo programa Covax, que proporciona aos países de renda baixa e média as primeiras doses de fármacos anticovid. Os imunizantes foram enviados de Mumbai para Acra, explica um comunicado conjunto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Unicef.

O avião com 600.000 doses do produto da AstraZeneca/Oxford, fabricadas pelo Instituto Serum, da Índia, pousou no aeroporto de Acra pela manhã. “Esta entrega representa o começo do que deve ser o maior fornecimento e distribuição de vacinas da história”, destaca a nota. Com a remessa, Gana vai entrar no mapa da vacinação no mundo.

“O programa Covax planeja entregar quase 2 bilhões de doses de vacinas anticovid este ano. Este é um esforço global sem precedentes para garantir o aceso às vacinas para todos os cidadãos”, acrescenta o texto.



Gana, país do oeste da África, registra oficialmente 80.0759 casos de coronavírus e 582 mortes. Mas analistas apontam uma subnotificação, já que o número de testes realizados continua baixo.

O sistema Covax tem como objetivo proporcionar este ano vacinas contra o vírus da covid-19 a 20% da população de quase 200 países e territórios participantes, entre eles, o Brasil. O mecanismo de financiamento permite que 92 economias de baixa e média renda tenham acesso às doses.

Avião com 600 mil doses do produto da AstraZeneca/Oxford, fabricadas pelo Instituto Serum, da Índia, pousou no aeroporto da capital do país na manhã desta quarta

Unsplash

Gana recebeu primeiras doses do programa Covax, da OMS

Prazos de entrega adiados

O Covax – parceria da OMS, a Aliança para a Vacinação (Gavi) e a Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI) – concretizou acordo com os fabricantes de vacinas para 2 bilhões de doses em 2021 e tem a possibilidade de comprar mais 1 bilhão. O total inclui 1 bilhão de doses do Instituto Serum da Índia, que produz as vacinas AstraZeneca e Novavax.

Inicialmente, OMS e Gavi acreditavam que poderiam começar a distribuir vacinas aos países desfavorecidos, que se uniram ao Covax em janeiro ou fevereiro, mas o prazo foi adiado.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS, acusou na segunda-feira (22) alguns países ricos de “minar” o programa Covax.

Segunda onda

Na sexta-feira passada, os líderes do G7 anunciaram mais que o dobro de seu apoio coletivo à vacinação anticovid, com US$ 7,5 bilhões (R$ 40,8 bilhões), por meio do programa Covax.

Além disso, Estados Unidos e União Europeia dobraram a contribuição a €1 bilhão (R$ 6,6 bilhões), enquanto a Alemanha liberou novos recursos.

Embora alguns países ricos tenham iniciado a vacinação no fim de 2020, muitos países pobres ainda não receberam nenhuma dose, especialmente no continente africano. A descoberta de novas variantes na África do Sul e Grã-Bretanha também acelerou a busca por vacinas.

Desde o início da pandemia, a África permanece oficialmente como um dos continentes menos afetados pelo vírus, mas vários países do continente foram afetados por uma segunda onda de contaminações, que forçou o retorno de medidas restritivas.

Para ajudar a acelerar a vacinação de 1,3 bilhão de pessoas do continente, a União Africana informou que obteve 270 milhões de doses da vacina contra a covid para distribuir este ano.