França vai fechar escolas e creches durante três semanas para tentar conter pandemia
Medidas anunciadas também estabelecem, a partir da próxima semana, o fechamento de estabelecimentos comerciais não essenciais no país
O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou na noite desta quarta-feira (31/03) novas medidas para tentar conter a pandemia da covid-19. Além de estender as restrições atualmente em vigor em parte do país para todo a França metropolitana, o chefe de Estado decidiu fechar as escolas e creches durante três semanas.
Pouco mais de um ano após o primeiro lockdown na França, Emmanuel Macron explicou durante o discurso televisivo que, apesar dos esforços feitos pela população até agora, o vírus continua avançando no país, o que obrigou o governo a impor novas medidas.
A partir da próxima semana o comércio não essencial será fechado em todo o país. Segundo o ministério francês da Economia, cerca de 150 mil estabelecimentos comerciais deverão baixar suas portas.
Também haverá restrições para deslocamentos além do perímetro de 10 km em volta da residência e o toque de recolher a partir das 19h será mantido.
Mas a decisão mais importante diz respeito ao funcionamento das escolas e creches. Macron lembrou que a França faz parte dos “raros países” que decidiram manter os estabelecimentos escolares abertos durante boa parte da pandemia. “Nossas crianças precisam continuar aprendendo”, disse o presidente francês.
No entanto, diante do avanço do surto, inclusive entre os mais jovens, o chefe de Estado decidiu que as creches e escolas de primeiro e segundo grau serão fechadas durante três semanas, a partir da próxima segunda-feira (05/04).
O programa escolar não deve ser afetado. Durante a primeira semana, os alunos assistirão aulas à distância. Em seguida, eles estarão oficialmente em férias entre 12 e 26 de abril, pois o governo decidiu antecipar o recesso de primavera (no hemisfério norte), previsto para o final do mês. Já as universidades continuarão funcionando, com apenas um dia de aula presencial por semana.

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Emmanuel Macron explicou que, apesar dos esforços feitos pela população até agora, o vírus continua avançando
Macron explicou que os pais que tiverem que ficar em casa para cuidar dos filhos durante esse período vão beneficiar do mesmo sistema de remuneração implementado durante a primeira onda da pandemia, em abril de 2020. Na época, quem não podia trabalhar por essa razão continuava recebendo cerca de 80% do salário.
“Eu sei como os esforços que eu peço são difíceis”, disse o presidente. “Vocês sabem que fizemos tudo para tomar essas decisões o mais tarde possível”, completou.
O chefe de Estado também chamou atenção para o feriado de Páscoa, que se aproxima, e pediu que a população não baixe a guarda. “Conto com vocês para evitar reuniões privadas e festas com amigos e conhecidos. É durante essas ocasiões que nos contaminamos mais. É preciso fazer um esforço para nos proteger e proteger os outros”, disse o presidente.
Reabertura de locais culturais e vacinação
Em uma tentativa de otimismo, Macron anunciou que, se tudo der certo, em meados de maio alguns locais culturais poderão ser reabertos. Em seguida, um calendário começará a ser organizado aos poucos para que, entre maio e julho, outras atividades esportivas e de lazer, como eventos, cafés e restaurantes, voltem a funcionar.
O presidente também falou sobre a campanha de vacinação no país, criticada por sua lentidão. “A cada etapa da pandemia podemos dizer que poderíamos ter feito melhor, que cometemos erros. Tudo isso é verdade”, reconheceu o chefe de Estado.
O presidente prometeu uma aceleração na vacinação, que deve continuar priorizando idosos e pessoas com problemas de saúde. Mas o objetivo é fazer tudo para que “daqui até o verão (em julho e agosto no hemisfério norte), todos os maiores de 18 anos que quiserem se vacinar sejam vacinados”.
Macron também disse que a produção de imunizantes no bloco europeu será intensificada. “Vamos nos tornar o primeiro continente no mundo em produções de vacinas”, anunciou.























