Segunda-feira, 15 de dezembro de 2025
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Um estudo mundial publicado pela revista científica The Lancet na noite desta terça-feira (20/07) aponta que mais de um milhão de crianças ficaram órfãs de pai ou de mãe em decorrência do novo coronavírus. Quando são consideradas as perdas de tios e avós, o número sobe para 1,5 milhão.

A pesquisa coletou dados entre 1º de março de 2020 até 30 de abril de 2021 em 21 países. Esse grupo de nações corresponde a 77% das mortes contabilizadas por covid-19.

Uma das autoras do estudo, Susan Hillis, que trabalha no Centro de Controle de Doenças e Prevenção dos Estados Unidos (CDC), destacou que “para cada duas mortes por covid-19 no mundo, há uma criança que viu morrer ao menos um genitor ou uma pessoa de referência importante”.

O país mais afetado foi o Peru, onde 10 crianças em cada mil perderam ao menos uma pessoa de referência primária (pai, mãe, tio, tia, avó, avô), totalizando 98.975 menores de idade.

Número sobe para 1,5 milhão quando são considerados de tios e avós; relatório pede 'medidas urgentes' para responder 'ao impacto das perdas'

Altemar Alcantara.Semcom/ Fotos Públicas

Estudo ainda pede a ‘adoção de medidas urgentes’ em todo o mundo para responder ‘ao impacto das perdas’

Na sequência, aparecem África do Sul (cinco crianças a cada mil, totalizando 94.625) e México (três a cada mil, em um total de 141.132). O Brasil figura na quarta colocação, com duas crianças a cada mil e um total de 130.363 menores.

Sobre o país, o estudo mostrou que 25.608 crianças perderam a mãe, 87.529 o pai, 13 ficaram órfãs de ambos, totalizando 113.150. Outras 8.567 perderam a avó e 8.577 o avô e 69 perderam ambos.

O estudo, que usou uma metodologia bastante complexa para fazer o cálculo, alerta que as “crianças que perderam um parente ou um cuidador estão mais propícias a sofrer efeitos adversos de curto e de longo prazo sobre sua saúde, segurança e bem-estar, como um aumento do risco de sofrerem de doenças, abusos físicos, violência sexual e gestação na adolescência”.

A matéria ainda pede a “adoção de medidas urgentes” em todo o mundo para responder o mais rápido possível “ao impacto das perdas”.