Após crise diplomática gerada por Eduardo, Bolsonaro telefona para Xi Jinping
Presidente brasileiro falou em 'laços de amizade' com mandatário chinês; conversa vem após Eduardo Bolsonaro culpar a China pela pandemia de coronavírus
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (24/03) que conversou por telefone com o mandatário da China, Xi Jinping.
A conversa vem após uma crise diplomática entre os dois países gerada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente brasileiro, ao culpar a China pela pandemia do novo coronavírus.
Segundo Bolsonaro, os presidentes reafirmaram “nossos laços de amizade, troca de informações e ações sobre o covid-19 e ampliação de nossos laços comerciais”.
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Em publicação no Twitter, Bolsonaro aparece reunido com os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Tereza Cristina (Agricultura) e Ricardo Salles (Meio Ambiente).
Também pelo Twitter, o embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, afirmou que “a conversa telefônica realizada entre o presidente chinês Xi Jinping e o presidente brasileiro Jair Bolsonaro foi realizada no ambiente muito cordial e amistoso”.

Itamaraty
Em publicação no Twitter, Bolsonaro aparece reunido com os ministros Ernesto Araújo, Tereza Cristina e Ricardo Salles
Ainda segundo Wanming, foram discutidos diversos pontos como “a necessidade de aumentar a cooperação no combate e controle da pandemia do covid-19, inclusive nos materiais médicos” e que os mandatários “consideram que a única solução correta de vencer a pandemia com maior brevidade é a cooperação internacional”.
O representante diplomático da China também disse que “as duas partes manifestaram a importância da cooperação do G-20 no âmbito do combate contra o covid-19, apoiaram a proposta de Arábia Saudita de celebrar o mais rápido possível uma vídeoconferência dos líderes dos países do G-20”.
Crise diplomática
Na noite desta quarta-feira (18/03), o deputado federal de extrema direita chegou a comparar o avanço do covid-19 com o desastre da usina nuclear de Chernobyl, chamando o governo chinês e o governo da extinta União Soviética de “ditaduras”.
As falas de Eduardo foram repudiadas pelo embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, que classificou as declarações como “um insulto maléfico”.
Logo depois, já nesta quinta-feira (19/03), o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, condenou as respostas da representação diplomática chinesa e pediu “retratação” do embaixador.
Tentando se justificar, Eduardo Bolsonaro soltou uma nota na noite de quinta, na qual não pedia desculpas pelas acusações, mas voltava a criticar a China dizendo que “a liberdade de expressão e imprensa são limitadas pelo governo” chinês. A nota foi respondida pela embaixada, afirmando que o deputado deveria dar “uma guinada o mais rapidamente possível, já que a história nos ensina que quem insiste em atacar e humilhar o povo chinês acaba sempre dando um tiro no seu próprio pé”.
*Com Sputnik























