Movimentos sociais reúnem 70 mil em manifestação nas ruas de Belém
Marcha Global Pelo Clima marcou fim da primeira semana do evento, com reivindicação por maior participação de organizações populares nos debates
Mais de 70 mil pessoas foram às ruas de Belém do Pará neste sábado (15/11) em manifestação que marcou o fim da primeira semana da 30ª Conferência das Partes sobre Mudança do Clima (COP30)., organizada pelo Brasil e pela Organização das Nações Unidas (ONU).
A chamada Marcha Global Pelo Clima foi convocada por líderes de movimentos sociais e contou com a presença de políticos destacados.
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Entre esses políticos ilustres estavam duas ministras do Governo Lula: Marina Silva (Meio Ambiente) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas), que estiveram na concentração, em frente ao Mercado São Brás.
Também participaram da mobilização os três deputados federais do PSOL: Chico Alencar (RJ), Sâmia Bonfim (SP) e Talíria Petrone (RJ), entre outros políticos, a maioria representantes de partidos de esquerda.
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Povos indígenas marcaram presença na Marcha Pelo Clima em Belém
Tatiana Carlotti
Movimentos sociais
O evento também contou com representantes de movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) e diversas organizações de defesa dos Povos Indígenas.
Entre as representantes do MNLM estavam Alessandra Suely e Jane Martins, que levaram camisetas e uma bandeira relacionadas à luta pela moradia.
Segundo Suely, um dos principais motivos da sua presença na marcha é “a defesa da nossa igualdade, enquanto seres humanos, enquanto cidadãos”. Por sua parte, Jane disse que “a gente luta por melhores dias para nós e para as novas gerações”.
“A responsabilidade de lutar por uma melhora para questão climática é nossa, para que as próximas gerações possam usufruir de tudo o que nós temos hoje”, disse Jane, em declaração completada por sua amiga: “cada um deve fazer a sua parte para que, juntos, possamos fazer do Brasil um país melhor, e também um planeta melhor”.

Alessandra Suely e Jane Martins, do MNLM, durante a Marcha Pelo Clima em Belém
Tatiana Carlotti
Entre os coletivos indígenas, destacou-se a presença de líderes das comunidades do Baixo Tapajós, que defenderam a proibição da exploração de petróleo em áreas próximo à Amazônia.
Outro destaque da marcha foi o repúdio ao genocídio promovido por Israel na Faixa de Gaza, expressado através das grandes bandeiras da Palestina presentes no evento e também por faixas e cartazes.
Um desses cartazes dizia, em inglês, “não haverá justiça climática enquanto não houver libertação da Palestina”.

Cartaz presente na Marcha Pelo Clima em Belém defende justiça climática e libertação da Palestina
Tatiana Carlotti
Participação da sociedade
A vereadora recifense Keit Lima (PSOL-SP) foi uma das figuras públicas que participou da Marcha Global Pelo Clima e defendeu uma maior abertura para a participação dos movimentos sociais nas reuniões onde se tomam as decisões mais importantes do evento.
A Opera Mundi, Keit enfatizou que “quando nós falamos sobre justiça climática, há povos e territórios determinados que estão sentindo esses problemas, essa falta de medidas, então as soluções devem passar por eles”.

A vereadora recifense Keit Lima (PSOL), presente na Marcha Pelo Clima em Belém do Pará
Bia Borgest / @biaborgest
“Estamos nas ruas agora, mas querendo dizer que queríamos estar na mesa de negociação, porque o debate é sobre as nossas vidas, são as nossas casas que enchem de água, são os nossos territórios que sofrem uma diferença de até nove graus de temperatura média, dependendo do caso, então por que não estamos participando dessa negociação”, questionou a vereadora.
Além das causas ambientais e da defesa da causa palestina, o evento também contou com grupos que defenderam causas trabalhistas, como o fim da escala 6×1, e outros temas contingentes, como a defesa da soberania brasileira contra as medidas impostas pelo governo de Donald Trump nos Estados Unidos.























