Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Um grupo com cerca de 60 manifestantes tentou invadir a Zona Azul da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) por volta das 19h30, nesta terça-feira (11/11), segundo dia do evento em Belém. A área é restrita e destinada a negociações oficiais entre chefes de Estado e delegações.

O grupo participava da Marcha pela Saúde e Clima e se dirigiu ao local com bandeiras e faixas com dizeres contra a exploração de petróleo, o genocídio na Faixa de Gaza e pautas indígenas.

Para acessar a área, que se encontra sob jurisdição da Organização das Nações Unidas (ONU), os manifestantes passaram pelos detectores de metal, quando foram impedidos de seguir adiante por agentes da segurança. Durante o tumulto, eles derrubaram uma porta e danificaram um dos aparelhos de raio-x, um segurança acabou ferindo no meio do confronto. Contudo, não houve detenções.

Após o incidente, a Polícia Militar, a Força Nacional e o Corpo de Bombeiros reforçaram o bloqueio, impedindo  a entrada e saída dos participantes. Na manhã desta quarta-feira (11/11), os serviços normalizaram.

Confira o vídeo do ato divulgado pela Mídia Ninja:

 

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Segundo Ronaldo Amanayé, coordenador executivo da Federação dos Povos Indígenas do Estado do Pará (FEPIPA), indígenas e não indígenas faziam parte do grupo de manifestantes. “Eu recebi a informação de que houve um movimento pacífico e depois houve o ato com o grupo”, relatou.

“Nós sabemos de outros povos indígenas que vieram, através de outras organizações na grande Belém, à nossa metrópole. Posso garantir que os povos indígenas trazidos pela FEPIPA estão aqui nesse ato lindo e maravilhoso”, disse referindo-se à abertura da Aldeia COP, ocorrida também na noite nesta terça-feira (11/11), na Universidade Federal do Pará (UFPA).

“A nossa recomendação é fazer manifestações tecnicamente pacíficas e jurídicas, com incidência e discussões de autoridade para autoridade, porque temos autoridades, nosso cacique está no mesmo nível de um chefe de Estado”, disse Amanayé a Opera Mundi.

Em nota, os organizadores da Marcha pela Saúde e Clima afirmaram que “os atos que ocorreram após a marcha não fazem parte da organização do evento, que tratou de saúde e clima”. O grupo ressaltou que a manifestação foi “legítima, pacífica e organizada” e reafirmou “o respeito às instituições da COP30 e o compromisso com uma Amazônia viva, saudável e sustentável para todos”.

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) também se pronunciou e esclareceu que não coordenou a ação na Zona Azul. “A Apib reafirma que o movimento indígena é amplo e diverso e que esta entidade não coordenou as atividades da referida manifestação. Ao mesmo tempo, reitera o respeito ao direito de manifestação e à autonomia de cada povo em suas formas próprias de organização e expressão política”, afirma.

Protocolos de segurança

Em entrevista ao G1, o secretário extraordinário da COP30, Valter Correia, afirmou que a organização da conferência tomará as providências necessárias. “Nós fazemos pactos pacíficos de convivência com os movimentos, e eles [seguranças da ONU] estão aqui para garantir a segurança”, afirmou.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Pará (Segup) e o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) realizaram uma reunião para tratar do episódio e avaliar o reforço à segurança da área internacional da COP30.