Maduro compara agressões dos EUA no Caribe com intervenções da CIA na América Latina
Presidente da Venezuela lembrou que ações resultaram em ‘ditaduras e milhões desaparecidos’ e afirmou que país está ‘mais preparado do que nunca’
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, comparou nesta quarta-feira (12/11) as intervenções históricas da Agência Central de Inteligência (CIA) na América Latina com a violência provocada pelos Estados Unidos no Caribe.
Em discurso em Cagua, no estado de Aragua, o líder venezuelano referiu-se às invasões e deposições de presidentes na República Dominicana, Brasil, Chile e Nicarágua orquestradas pelo governo dos EUA por meio de influência econômica, psicológica e política.
“Primeiro, difamaram [Hugo] Chávez, agora, difamam Maduro. E com essa campanha justificam qualquer coisa contra o nosso país”, denunciou. O mandatário refere-se às campanhas midiáticas norte-americanas contra líderes latino-americanos que tiveram o revolucionário como alvo, e agora miram contra o presidente venezuelano.
Maduro lembrou que as ações realizadas pela CIA em países da América Latina resultaram em “ditaduras e milhares de desaparecidos”.
O presidente recordou ainda que o próprio governo norte-americano, liderado por Barack Obama (2009-2017) “50 anos depois pediu desculpas ao povo brasileiro porque havia cometido um erro”, referindo-se à derrubada do governo João Goulart (1961-1964) — que levou ao golpe militar no Brasil.
Em relação ao Chile, Maduro lembrou que em “1973 o povo chileno elegeu um grande presidente, um dos maiores líderes da América Latina, Salvador Allende, e aplicaram contra ele a mesma estratégia que aplicaram contra a Venezuela”.
“Em 11 de setembro de 1973 [data do golpe de Estado no Chile], eles bombardearam, perseguiram e assassinaram Allende”, e detalhou que “depois veio uma ditadura atroz, com mais de cinco mil desaparecidos e campos de concentração”.
Maduro concluiu seu discurso ao afirmar que os EUA “não permitiram que nossa América existisse”, mas acrescentou que “a América encontrará seu caminho e, na vanguarda, estarão a Venezuela, a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA) e a revolução bolivariana”.

“Hoje, militarmente, Venezuela tem nível de prontidão que nunca tivemos em décadas”, declarou Maduro
Nicolás Maduro/Telegram
Venezuela está “mais preparada do que nunca”
Também na quarta-feira (12/11), Maduro declarou que a Venezuela “está mais preparada do que nunca”, militar e institucionalmente, “para defender a paz contra a guerra psicológica travada pelos EUA em paralelo com sua agressão militar”.
“Nos fortalecemos diante dessa ameaça. Quinze semanas após o início dessa escalada de guerra psicológica e ameaças militares, hoje estamos mais fortes”, enfatizou o presidente.
O chefe de Estado denunciou a narrativa falsa da Casa Branca sobre a luta contra o narcotráfico, através da qual tenta justificar uma agressão contra a Venezuela: “Como não podem dizer que Maduro tem armas de destruição em massa, como não podem dizer que escondemos armas biológicas e químicas, como não podem dizer que estamos preparando uma arma nuclear, inventam uma narrativa bizarra”.
Maduro afirmou que tal narrativa “é tão falsa que desmorona” e nem o povo norte-americano “acredita nela”.
Por outro lado, o líder venezuelano destacou a união cívico-policial-militar e a capacidade militar da Venezuela para enfrentar as ameaças externas, enfatizando que o país opera sob o “conceito de guerra e resistência popular e ativa para a defesa integral da soberania”.
“Hoje, militarmente, a Venezuela tem um nível de prontidão que nunca tivemos em décadas”, ressaltou Maduro, que também é comandante-chefe das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB).
“Ao imperialismo dizemos: fiquem longe daqui, deixem a Venezuela em paz”, declarou o presidente, e acrescentou que o país “quer trabalhar para prosperar” porque Caracas “nunca, jamais, nem hoje, nem nunca, ameaçou ninguém”.
(*) Com TeleSUR























