Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O governo do Chile expressou nesta quarta-feira (12/11) “profunda preocupação” com as manobras militares dos Estados Unidos no Caribe e rejeitou “qualquer ação armada que coloque em risco a estabilidade e a paz regional”

Um comunicado do Ministério das Relações Exteriores reafirmou o compromisso do país “com o direito internacional e o respeito à soberania e integridade territorial” dos países da América Latina.

O governo do presidente Gabriel Boric também reiterou sua convicção “de que a América Latina e o Caribe devem permanecer uma Zona de Paz” e que o combate ao crime organizado transnacional “deve ser realizado de forma coordenada, fortalecendo a cooperação e a ação conjunta nos diversos espaços multilaterais”.

A declaração ainda apelou à “resolução pacífica de conflitos, à proibição da ameaça ou do uso da força e ao respeito pelos direitos humanos”.

Também nesta quarta-feira (12/11), a Organização das Nações Unidas (ONU) disse estar “cada vez mais preocupada com as tensões entre os EUA e a Venezuela”.

“Insistimos que essa situação seja amenizada por meio de um diálogo diplomático mais intenso” exigiu Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres.

Chile apelou à resolução pacífica de conflitos, proibição da ameaça, uso da força e ao respeito pelos direitos humanos na região
Gabriel Boric Font

EUA aumentam tensão no Caribe

As declarações das Nações Unidas e o posicionamento chileno ocorrem após Washington enviar o porta-aviões USS Gerald R. Ford, considerado o mais poderoso do mundo, para o Caribe nesta semana, aumentando a mobilização de navios de guerra na costa da Venezuela.

Em resposta, as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) iniciaram uma fase superior do chamado Plano Independência, mobilizando 200 mil membros em todo o país.

Segundo um comunicado do Ministério da Defesa, esta nova dimensão implica o destacamento massivo de recursos terrestres, aéreos, navais, fluviais e de mísseis, bem como de sistemas de armas para defesa contra as ameaças norte-americanas.

Desde agosto passado, os EUA enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas na costa da Venezuela, com a alegação declarada de combater o narcotráfico. Desde então, realizou vários atentados bombardeios contra supostos narcobarcos no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico, que deixaram pelo menos 75 mortos.

Ao mesmo tempo, Washington acusou o presidente venezuelano Nicolás Maduro, sem provas, de liderar um suposto cartel de narcotráfico. Nesse contexto, a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, dobrou a recompensa por informações que levassem à sua prisão.

Em outubro, Trump admitiu ter autorizado a Agência Central de Inteligência (CIA) a realizar operações secretas em território venezuelano.

As ações e pressões de Washington foram descritas por Caracas como uma agressão, questionando o verdadeiro motivo das operações. O governo Maduro denuncia uma tentativa de mudança forçada de poder.

(*) Com Brasil247, Prensa Latina, RT en español, TeleSUR e informações de AVN