Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Dias após a derrota no referendo popular, o governo do Equador oficializou nesta terça-feira (18/11) uma reforma ministerial na qual substituiu metade do seu ministério. No total, foram sete mudanças, entre as 14 pastas que integram o Executivo local.

A reforma veio à tona na segunda-feira (17/11), devido a duas renúncias: a de Ivonne Núñez, ex-ministra do Trabalho, e Danilo Palacios, que era ministro da Agricultura, Pecuária e Pesca.

Segundo o diário Primicias, ambos comunicaram o afastamento através de mensagens nas redes sociais, antecipando o anúncio do presidente Daniel Noboa.

Nesta terça, o mandatário apresentou os nomes de Harold Burbano para o Ministério do Trabalho e de Juan Carlos Vega para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca.

Entre as outras trocas se destaca o caso de Zaida Rovira, que deixou a pasta da Secretaria de Governo (entregue a Álvaro Rosero) e assumiu o Ministério do Desenvolvimento Humano (no lugar de Harold Burbano, nomeado no do Trabalho).

Outro destaque é para o Ministério da Saúde Pública, no qual saiu Jimmy Martín e entrou a vice-presidenta María José Pinto, que passa a acumular as duas funções.

As últimas duas pastas com mudanças são o Ministério da Educação Esportes e Cultura, no qual saiu Alegría Crespon e entrou Gilda Alcívar; e a Secretaria Nacional de Gestão de Riscos, no qual saiu Jorge Carrillo e entrou Carolina Lozano.

Daniel Noboa trocou sete ministros em sua primeira reforma ministerial no Equador
Marcelo Camargo / Agência Brasil

Derrota no referendo

A reforma ministerial de Noboa acontece dois dias depois do referendo no qual o governo sofreu derrotas nas quatro perguntas realizadas à população – algumas delas por ampla margem contra as propostas defendidas pelo presidente.

A primeira pergunta do referendo foi sobre se a população aceitaria ou não a instalação de bases militares estrangeiras no país, considerando que o presidente Noboa prometeu firmar acordos com os Estados Unidos para cooperação no combate ao narcotráfico – e que Washington exige, em contrapartida, o controle de algumas bases no território equatoriano.

Diante desse tema, 60,6% da população votou na opção “não” às bases estrangeiras, contra 39,4% que optou pelo “sim” à proposta.

A segunda questão foi sobre a eliminação ou não do financiamento público a movimentos e partidos políticos. O tema é polêmico porque o atual mandato de Noboa tem atacado alguns movimentos sociais, especialmente os movimentos indígenas, tratando-os como grupos opositores ao governo, e a possível aprovação da medida levaria a um desfinanciamento importante dessas organizações.

O resultado das urnas no domingo (16/11), sobre esse tema, foi de 58,1% dos votos contra acabar com o fundo público, e 41,9% a favor da medida de Noboa.

A terceira indagação do referendo foi sobre a redução ou não do número de parlamentares na Assembleia Nacional. O Legislativo equatoriano é conformado atualmente por 151 parlamentares e a proposta defendia diminuir para 73 no total.

Porém, 53,4% dos eleitores votaram pelo “não” à redução de vagas na Assembleia Nacional, conta 46,6% que votaram na opção “sim”.

Finalmente, a última pergunta do referendo foi sobre a criação ou não de uma Assembleia Constituinte para escrever uma nova constituição, visando substituir a atual carta magna, carta magna, promulgada em 2008 pelo governo de Rafael Correa (2007-2017).

O resultado foi que 61,6% dos eleitores votou pelo “não” à nova constituinte, contra 38,4% que votou pelo “sim” à proposta governista.

Com informações de Primicias.